O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, disse nesta terça-feira (06/08) que as Forças Armadas dos país respeitarão os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sobre as eleições realizadas no dia 28 de julho.
A declaração aconteceu durante evento de comemoração do aniversário da vitória de uma das batalhas pela independência do país. Segundo Padrino, “o papel das Forças Armadas é o de respeitar a lei e as instituições como o CNE, contra elementos insurrecionais que procuram contrariar a vontade do povo, que votou pela paz”.
Além de Padrino, os comandantes das três divisões militares da Venezuela (exército, marinha e aeronáutica) também expressaram sua posição a favor de respeitar os resultados apresentados pelo CNE.
As palavras do ministro soam como resposta ao apelo feito no dia anterior pelo ex-candidato opositor Edmundo González Urrutia, que pediu aos militares venezuelanos que promovam uma insurgência contra o presidente Nicolás Maduro e imponham a ele como novo presidente do país.
Esse pedido foi parte de uma carta na qual o representante da coalizão de extrema direita Plataforma Unitária se autoproclamou presidente eleito do país, ignorando os resultados emitidos pelo CNE.
“Fazemos um apelo à consciência de militares e policiais, para que se coloquem ao lado do povo e de suas próprias famílias. Com esta massiva violação dos direitos humanos, o alto mando se alia a Maduro e seus interesses vis”, diz o comunicado, que está assinado por González Urrutia e pela líder opositora de extrema direita María Corina Machado.
Segundo o CNE, principal autoridade eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito presidente do país com 51,93%, equivalentes a 6,4 milhões de votos emitidos nas eleições de 28 de julho, e com uma diferença de mais de sete pontos sobre González Urrutia, que ficou com 43,18%, cerca de 5,3 milhões.
O órgão eleitoral entregou as atas eleitorais ao Supremo Tribunal de Justiça do (STJ) nesta mesma terça-feira, atendendo a um pedido realizado pela máxima autoridade do Poder Judiciário local, para que as mesmas possam passar por um processo de auditoria.