Venezuela repudia tratamento norte-americano a González como ‘presidente eleito’
Meses após reconhecer opositor de Maduro como vencedor da eleição presidencial, Anthony Blinken informou que país passa a chamá-lo com título para mandatários que ainda não tomaram posse
A Venezuela repudiou, nesta terça-feira (19/11) o ato norte-americano chamar o ex-candidato presidencial pela Plataforma Unitária, Edmundo González, como presidente eleito do país norte-americano, ignorando os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontou Nicolás Maduro como reeleito com 51,2% dos votos.
Os Estados Unidos reconheceram o candidato de extrema direita, que posteriormente fugiu em asilo político à Espanha como vencedor da eleição presidencial em julho passado no mês de agosto, sem apresentar provas. Contudo, ainda não o tratavam com o termo ‘presidente eleito’, usado para o político eleito que ainda não tomou posse da Presidência no país.
Assim, o rechaço de Caracas veio por meio de uma declaração do ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil Pinto, que classificou o secretário de Estado dos EUA, responsável pelo comunicado, de “inimigo confesso da Venezuela”, declarando que a intitulação para González é “ridícula”.
“Blinken, inimigo confesso da Venezuela [tem] agora um Guaidó 2.0 apoiado por fascistas e terroristas subordinados à maltratada política dos EUA”, acrescentou.
Da mesma forma, o chanceler venezuelano sublinhou que nos poucos dias que restam a Blinken como Secretário de Estado, uma vez que será substituído por Marco Rubio no próximo governo de Donald Trump, “deveria dedicar-se a refletir sobre os seus fracassos, a livrar-se dos complexos imperiais e coloniais e a escrever as memórias de como a Revolução Bolivariana fez ele morder a poeira da derrota, assim como seus antecessores”.
“Nunca falha o plano de mais um secretário de Estado, que afundou, junto com os seus fantoches, tentando reverter a democracia venezuelana”, sublinhou.

Chanceler da Venezuela afirmou que Blinken “é mais um secretário de Estado, que afundou tentando reverter a democracia venezuelana”
Washington se pronunciou oficialmente através de uma publicação de Blinken nas redes sociais, em que afirmava que “o povo venezuelano se pronunciou com força em 28 de julho e nomeou Edmundo González Urrutia eleito. “A democracia exige respeito pela vontade dos eleitores”, completou.
The Venezuelan people spoke resoundingly on July 28 and made @EdmundoGU the president-elect. Democracy demands respect for the will of the voters.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) November 19, 2024
A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA-TCP) também rejeitou o reconhecimento de Edmundo González pelos EUA.
Jorge Arreaza, secretário executivo da aliança, pronunciou-se por meio do ditador popular de que “o homem é o único animal que tropeça duas vezes com a mesma pedra”.
Nesse sentido, Arreaza destacou o valor e a dignidade do povo venezuelano e descreveu a elite dominante de Washington como um animal, já que “durante 200 anos tropeçou e tropeçou na dignidade do povo venezuelano e não terminou de aceitar a sua derrota”.
Da mesma forma, concluiu com a mensagem “Viva Bolívar!”, em referência ao libertador Simón Bolívar.
(*) Com TeleSUR
