Em reportagem publicada nesta quarta-feira (18/09) pelo Washington Post, foram reveladas as dificuldades que a campanha de Donald Trump enfrenta para a presidência dos Estados Unidos, com foco no impacto das recentes ameaças e incidentes de segurança.
O jornal detalha como as preocupações com segurança têm complicado a logística e o ambiente da campanha, desde a tentativa de assassinato em um campo de golfe em West Palm Beach no último domingo (15/09) até as crescentes complicações na organização de eventos devido a medidas reforçadas.
O texto aponta que menos de duas semanas após uma bala disparada por um atirador ter atingido de raspão a orelha de Trump, em julho deste ano, o ex-presidente foi mantido nos bastidores de um evento em Nashville por mais de uma hora devido a uma ameaça potencial à segurança.
Enquanto a plateia aguardava no auditório, assessores debatiam se Trump deveria subir ao palco. Cancelar o evento poderia ser visto como um sinal de fraqueza em uma campanha já marcada por escândalos.
“Os comentários do ex-presidente Trump foram atrasados durante a conferência de Bitcoin de 2024 em Nashville, Tennessee, enquanto duas pessoas credenciadas e previamente revistas foram removidas do local por não seguirem os protocolos de entrada adequados”, afirmou Melissa McKenzie, porta-voz do Serviço Secreto, em um comunicado sobre o episódio, que ainda não havia sido noticiado. “Foi determinado que não havia interesse protetivo em relação a esses indivíduos e que nunca houve ameaça ao ex-presidente.”
O atraso evidenciou o crescente fardo que as ameaças à vida de Trump impuseram à sua equipe de campanha — uma situação que se agravou após a tentativa de assassinato em seu campo de golfe em West Palm Beach.
Trump, que antes se movimentava com uma atitude negligente em relação à medidas básicas, agora enfrenta restrições cada vez mais severas. Eventos exigem mais planejamento e recursos, refletindo a crescente preocupação dos republicanos.
Em seu clube em Mar-a-Lago, na Flórida, um novo ponto de checagem de segurança foi instalado em um estacionamento próximo, com vias ao redor frequentemente fechadas, causando preocupações entre autoridades locais sobre congestionamento e dificuldades na resposta a emergências.
Os protocolos também afetaram suas propriedades em Bedminster, Nova Jersey, nas quais a presença de atiradores de elite gerou insatisfação entre Trump e seus convidados, que temem que isso possa afastar patrocinadores.
Ron Rowe, diretor interino do Serviço Secreto, recomendou que Trump evitasse jogar golfe em alguns de seus campos, considerados inseguros. Em resposta, Trump reagiu de maneira desdenhosa, afirmando que iria começar a jogar boliche, desconsiderando as recomendações.
Nos primeiros anos após deixar a presidência, Trump parecia pouco perturbado por possíveis brechas, mantendo uma rotina de eventos grandes e aparições públicas, frequentemente cercado por multidões.
No entanto, o cenário mudou drasticamente, com as ruas ao redor de Mar-a-Lago agora sob vigilância constante e visitantes de seus clubes submetidos a rigorosos procedimentos de segurança.
Além dos desafios com a segurança, a campanha de Trump enfrenta também um escândalo envolvendo imigrantes haitianos em Spriengfield, Ohio.
Durante um debate contra Kamala Harris televisionado pela emissora ABC News no início do mês, Trump afirmou: “Em Springfield, eles [imigrantes] estão comendo os cachorros. Eles estão comendo os gatos. Comendo os pets das pessoas que moram lá”, referindo-se a boatos irreais que supostamente circulavam na cidade, na qual há uma grande comunidade haitiana.