A cantora norte-americana Taylor Swift anunciou seu apoio à candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, após o debate contra o republicano Donald Trump, na noite da última terça-feira (10/09).
A artista, que declarou apoio a Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020 e enfrentou declarações de Trump em diversas ocasiões, declarou voto em Harris “porque ela luta por direitos e causas que precisam de alguém para defendê-los”, ao mencionar a comunidade LGBTQIA+ e direitos sobre os corpos das mulheres, em relação ao aborto.
“Acho que ela é uma líder firme e talentosa e acredito que podemos conquistar muito mais neste país se formos liderados pela calma, não pelo caos”, escreveu a cantora por meio das redes sociais
“Como muitos de vocês, eu assisti o debate desta noite. Se você não assistiu ainda, agora é um ótimo momento para fazer suas pesquisas e as posições dos candidatos nos tópicos mais importantes para vocês”, declarou a cantora, ao dizer que “assiste e lê tudo o que pode sobre as políticas e planos propostas” para o país.
Na mensagem, Swift ainda lembrou que a campanha de Trump usou inteligência artificial para produzir uma imagem sua apoiando o republicano. “Isso me fez perceber que eu preciso ser muito transparente sobre meus planos para as eleições. A maneira mais simples de combater a desinformação é com a verdade”, salientou.
Após garantir ter feito sua pesquisa e tomado uma decisão, Swift encorajou os seguidores a fazer o mesmo, ressaltando a escolha individual de cada eleitor.
“Eu quero dizer, especialmente aos eleitores de primeira viagem: lembrem-se que, para votar, é preciso se registrar! Também acho muito mais fácil votar antecipadamente”, finalizou a artista.
A publicação da compositora foi acompanhada por uma foto dela com um de seus animais de estimação, um gato, de modo que assinou a mensagem como “childless cat lady” (“dona de gato sem filhos”, em tradução livre).
A foto e a assinatura fazem referência ao ataque que sofreu do candidato a vice-presidente republicano, J.D. Vance, que usou o termo de forma machista contra mulheres que não têm filhos.
Para a campanha de Harris, a esperança é de que o apoio da cantora ajude a mobilizar o eleitorado jovem, que pode ser mais propenso a não comparecer às urnas, aspecto crucial em uma eleição que promete ser bastante acirrada.
Reações republicanas
Após a declaração da cantora pop, Trump rebateu: “eu nunca fui um fã de Taylor Swift, ela é uma pessoa muito progressista”.
“Ela parece sempre apoiar um democrata e provavelmente vai pagar um preço por isso no mercado”, acrescentou.
Já o bilionário e aliado de Trump, Elon Musk, respondeu de forma misógina à declaração da cantora sobre Harris: “Tudo bem, Taylor… você venceu… eu lhe darei um filho e protegerei seus gatos com minha vida”.
Em janeiro passado, influentes direitistas dos EUA criaram teorias de conspiração contra Swift, afirmando que a cantora era um “trunfo do Pentágono” e uma “operação psicológica de interferência eleitoral”.
Nascida na Pensilvânia, Swift iniciou sua carreira no estilo country, um ramo conhecido por ser composto por artistas mais conservadores. No entanto, a cantora se afastou do esperado pela indústria musical e fez diversos posicionamentos públicos contra Trump e outros representantes republicanos ao longo dos anos.
O primeiro deles foi no documentário Miss Americana (2020), uma das produções audiovisuais sobre sua carreira. “Minha equipe não está feliz comigo no momento porque nos últimos meses só falei sobre a eleição no Tenessee [em 2018]. Não é que eu queira entrar nisso, mas sim que não posso não entrar”, declarou a cantora.
A norte-americana insistiu em seu envolvimento com a política, mesmo sua equipe e família sendo contrários, afirmando que “não se importava” caso a imprensa escrevesse que ela era contra Trump.
No filme, a artista também discursa contra a senadora republicana do Tenessee – onde cresceu – Marsha Blackburn. “Ela vota contra o pagamento justo para as mulheres, contra a reautorização da Lei da Violência Contra as Mulheres, que basicamente nos protege de abusos domésticos e perseguição!”, instou a cantora referindo-se a ela mesma, que já foi vítimas de perseguições.
“Ela acha que se um casal gay, ou mesmo se você se parecer com um casal gay, você deve ser expulso de um restaurante. Não posso ver ela escondendo isso atrás das palavras ‘valores cristãos do Tenessese’. Esses não são nossos valores”, completou.
“Lamento não ter feito isso há dois anos ´[quando o Trump ganhou as eleições em 2016], mas não posso mudar isso. Eu preciso estar do lado certo da história”, reiterou na época.
(*) Com Ansa