Kamala Harris, candidata à Presidência dos Estados Unidos, discursou na Convenção do Partido Democrata na noite da última quinta-feira (22/08) e aceitou formalmente a indicação para disputar as eleições de novembro.
No discurso que encerrou a convenção, a atual vice-presidente enalteceu as mulheres, pregou união entre o povo norte-americano. Em certo momento, Harris se dirigiu aos norte-americanos, garantindo que será a líder “de todos”. Na sequência, contou sua história, as dificuldades da sua família, a separação dos seus pais e fez uma homenagem a Shyamala Harris, sua mãe, morta em 2009.
“Esta não é apenas a eleição mais importante da nossa vida, mas de uma geração”, afirmou ela, enfatizando que, com o pleito, “temos a preciosa oportunidade de superar o cinismo, o ressentimento e as batalhas divisivas do passado”, disse.
Ela também criticou seu rival, o republicano Donald Trump, que, de acordo com Harris, “não é uma pessoa séria” e “as consequências de tê-lo de volta à Casa Branca são gravíssimas”.
“Considerem o poder que ele terá, especialmente depois de o Supremo Tribunal lhe ter concedido imunidade”, explicou, garantindo que permanecerá ao lado da Ucrânia, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da Europa.
Harris também prometeu garantir apoio a Israel na continuidade da guerra. A candidata democrata disse que o governo está empenhado em conseguir um acordo de cessar-fogo, mas que recordou que o Estado israelense tem o direito de se defender.
“Deixem-me ser clara: vou sempre defender o direito de Israel de se defender a si próprio e vou garantir que tenha a capacidade de o fazer, porque o povo de Israel nunca mais deverá ter de enfrentar o horror que uma organização terrorista chamada Hamas causou a 07 de outubro”, afirmou.
Na sequência, a vice também criticou o massacre de Israel em Gaza, considerando a situação dos últimos 10 meses devastadora e defendendo o direito dos palestinos a viver em paz e segurança.
“Tantas vidas inocentes perdidas, pessoas desesperadas e esfomeadas a fugirem sem parar. A dimensão do sofrimento é de partir o coração”, afirmou.
Simultaneamente, ocorreram manifestações nas ruas de Chicago contra a guerra de Israel em Gaza, mas centenas de representantes de diversas organizações e movimentos sociais convergiram com as suas respectivas reivindicações.
Foi assim que os protestos incluíram também pedidos relacionados com os direitos reprodutivos e a diversidade sexual, a luta climática e o levantamento de sanções e bloqueios a países como Cuba.
Imigração e direitos das mulheres
Harris também abordou a questão da imigração, o seu “calcanhar de Aquiles” que a expõe a fortes críticas dos republicanos. Ela prometeu intervir e reformar o sistema de imigração, inclusive oferecendo um caminho para a cidadania para aqueles que a merecem, e resolver a emergência na fronteira.
Sobre a proteção de mulheres, recordou que convidou uma amiga que era vítima de abuso sexual para morar em sua residência na época do ensino médio. “Essa é uma das razões pelas quais me tornei promotora. Para proteger pessoas como Wanda. Acho que todos têm o direito à segurança, dignidade e justiça”, defendeu.
A proteção das mulheres, principalmente dos direitos reprodutivos, é um dos principais pilares da campanha dela, que afirmou que Trump e aliados celebram o fato de terem acabado com liberdades e direitos de mulheres, como o aborto e o uso de contraceptivos.
“Donald Trump escolheu pessoalmente membros da Suprema Corte dos Estados Unidos para tirar os direitos reprodutivos. É preciso perguntar por que exatamente eles não confiam nas mulheres? Bem, nós confiamos nas mulheres”, disse.
Sobre o assunto, garantiu que sancionará uma legislação para restaurar os direitos reprodutivos das mulheres.
(*) Com Ansa, Brasil 247 e Prensa Latina.