Harris e Trump empatam em primeira urna apurada nos Estados Unidos
Com três votos para cada, empate foi no vilarejo de Dixville Notch, em New Hampshire, região com menos de 10 habitantes, segundo o Censo do país
A candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, e o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, empataram na quantidade de votos na primeira urna que teve seus resultados divulgados nas eleições nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (05/11).
Com três votos para cada presidenciável, o empate se deu no vilarejo de Dixville Notch, em New Hampshire, na fronteira com o Canadá, que tem menos de 10 habitantes, segundo o Censo dos EUA. Seguindo uma tradição que remonta a 1960, o local abriu e fechou a urna pouco depois da meia-noite no horário local (02h da manhã no horário de Brasília).
Os eleitores de Dixville Notch costumam se reunir na seção eleitoral em um hotel e votar todos juntos logo após a abertura. As cédulas são apuradas imediatamente, e o resultado é divulgado logo em seguida.
Nas últimas eleições, em 2020 também contra Trump, o democrata Joe Biden recebeu todos os seis votos do vilarejo. New Hampshire é tido como de tendência democrata, mas as pesquisas mostram que Harris e Trump estão quase sempre separados dentro da margem de erro nos chamados “estados-pêndulos” que devem definir o ganhador: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
Em seu último comício antes do pleito, na segunda-feira (04/11), Harris reforçou que a eleição de 2024 pode ser uma “das mais acirradas da história” e que “cada voto” pode fazer a diferença.
Segundo a média das pesquisas de intenção de voto nos estados-pêndulo, ou seja, que ora elegem republicanos, ora elegem democratas, reunidas pelo Real Clear Polling, separada por Opera Mundi, Harris tem vantagem de 0,6% em Michigan e 0,3% em Wisconsin; já Trump sai à frente com 2,6% no Arizona, 1,5% na Carolina do Norte, 2,3% na Geórgia, 1% em Nevada, e 0,3% na Pensilvânia. Na média geral dos estados, Trump tem 48,5% e Harris, 47,5%.

Manolo Préstamo/X
Eleitores de Dixville Notch costumam se reunir na seção eleitoral e votar todos juntos logo após a abertura da urna
EUA vão às urnas
Mais de 150 milhões de norte-americanos aptos a votar devem participar das eleições presidenciais cuja votação culmina nesta terça-feira (05/11), que é o dia em que se pode comparecer às urnas para escolher o próximo presidente do país.
Estão na disputa Kamala Harris, do Partido Democrata, Donald Trump, Republicano, e candidatos de menor repercussão como Jill Stein (Partido Verde), Claudia de la Cruz (Partido pelo Socialismo e Libertação), Chase Oliver (Partido Libertário), e Cornel West (Justiça para Todos).
Mais de 75 milhões de eleitores já depositaram seu voto antecipadamente, segundo informações de 47 estados do país e o Distrito de Columbia reunidos pela CNN e empresas de fornecimento de dados.
A partir das 20h no horário local (18h no horário de Brasília), e de acordo com as decisões de cada estado, as urnas começarão a ser fechadas primeiro no leste do país e em progressão de encerramento até o oeste. A maioria das seções serão fechadas às 21h, mas também há estados com encerramento às 22h.
Por lá, um candidato presidencial não é eleito pela maioria do voto popular a nível nacional, mas sim por meio do chamado “Colégio Eleitoral”. Na urna, o eleitor norte-americano tem que escolher um dos candidatos em disputa, mas na prática não é esse candidato que receberá o voto. Na verdade, essa cédula ajudará a eleger um delegado, que pode ou não representar o candidato presidencial que você votou. Por isso o sistema de votação nos Estados Unidos é considerado de voto indireto.
O Colégio Eleitoral é formado por 538 delegados e são eles que vão definir se a candidata democrata Kamala Harris ou o candidato republicano Donald Trump comandará a Casa Branca durante quatro anos, a partir de janeiro de 2025. Para um deles ser eleito, é preciso obter pelo menos 270 votos desses delegados. Esses delegados são representantes que votam conforme a maioria dos eleitores de cada estado.
Como cada estado é “federado” e tem sua devida autonomia, os governos locais têm a liberdade de organizar uma votação anterior para eleger seus delegados, por meio de convenções ou comitês.
Além do presidente, o país deverá eleger outras autoridades no pleito desta terça-feira, incluindo um terço dos integrantes do Senado, todas os novos membros da Câmara de Representantes, além de cargos da administração regional e do Poder Judiciário de alguns estados.
(*) Com Ansa