Há menos de uma em 100 chances de não haver um vencedor para a Presidência dos Estados Unidos na eleição desta terça-feira (05/11), segundo a projeção final do instituto de pesquisas eleitorais FiveThirtyEight.
Com base em dados demográficos, econômicos e de pesquisas para explorar prováveis resultados eleitorais, a organização com histórico de acertos nas eleições dos EUA simulou 100 cenários eleitorais. Na soma de todas as previsões, Kamala Harris do Partido Democrata, vence em 50 chances, Donald Trump, do Partido Republicano, em 49, e há apenas uma situação em que nenhum presente é eleito.
O instituto informa que “o modelo mudou ligeiramente para Harris” na última segunda-feira (04/11) após a publicação de pesquisas no último final de semana antes da eleição, que mostravam a candidata democrata “empatada ou à frente nos principais campos de batalha do norte de Michigan, Pensilvânia e Wisconsin”.
A possibilidade de nenhum candidato ser eleito como o novo chefe da Casa Branca acontece porque o sistema norte-americano é baseado no Colégio Eleitoral. Isso significa que na urna, o eleitor tem que escolher um dos candidatos em disputa, mas na prática não é esse candidato que receberá o voto. Na verdade, essa cédula ajudará a eleger um delegado, que pode ou não representar o seu candidato presidencial.
Por isso o sistema de votação nos Estados Unidos é considerado de “voto indireto”, uma vez que estes delegados são eleitos previamente pelos governos locais através de convenções ou comitês.
Assim, o que o FiveThirtyEight na verdade conclui é que “há menos de 1 em 100 chances de não haver um vencedor no Colégio Eleitoral”. Já na projeção com mil simulações, Harris vence em 503, Trump em 495, e há apenas dois cenários sem nenhum vencedor.
Nenhum dos presidenciáveis vence o pleito quando ocorre empate, decorrente da existência de um número par de delegados: 538 no total. Caso metade, ou seja, 269 delegados, vote em um candidato, e a outra metade vote em outro, não há presidente eleito.
Caso ocorra essa situação, a eleição no Colégio Eleitoral acontece normalmente até que se fique registrado que não foi alcançado o número mínimo de 270 para se eleger o presidente.
Então, a Câmara de Representantes (câmara baixa dos Estados Unidos) definirá a disputa, em uma nova e diferente votação, que envolveria os parlamentares eleitos na mesma votação em novembro. Em simultâneo, o Senado será encarregado de escolher o vice.
Apesar de parecer um cenário pouco provável, essa situação já aconteceu ao menos três vezes na história norte-americana: em 1800, 1824 e 1836.