O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu a um aliado próximo que está avaliando se continua com sua candidatura à reeleição, a menos que consiga convencer o público de que está preparado para continuar no cargo. A informação é do jornal New York Times publicada nesta quarta-feira (03/07).
A declaração ocorre após o desempenho do atual presidente no primeiro debate das eleições de 2024 contra seu antecessor, Donald Trump. Durante o confronto, que ocorreu em Atlanta na semana passada, Biden se mostrou hesitante, confuso e até com dificuldades para falar em certos momentos, o que gerou questionamentos no Partido Democrata sobre sua continuidade na corrida eleitoral.
No entanto, Biden, que permanece empenhado em sua luta pela reeleição, sabe que os próximos dias serão cruciais. “Ele entende que, se houver mais dois eventos como aquele, estaremos em uma situação diferente até o fim de semana”, disse o aliado, referindo-se ao debate.
As aparições em questão envolvem uma entrevista ao George Stephanopoulos da ABC News e eventos de campanha na Pensilvânia e Wisconsin.
Nesse sentido, segundo o periódico norte-americano, o presidente está considerando “seriamente” se ele pode se recuperar após uma “performance devastadora” no debate em Atlanta. “Preocupações estão aumentando sobre sua viabilidade como candidato e se ele poderia servir como presidente por mais quatro anos”, disse o NYT.
Apesar do primeiro confronto contra Trump, o jornal disse que Biden “está ciente” de sua “árdua batalha” para convencer eleitores, doadores e a classe política de que seu desempenho no debate foi uma “exceção”.
A discussão por um pedido de renúncia do atual presidente de sua candidatura para a Casa Branca nas eleições presidenciais dos Estados Unidos ganhou força na terça-feira (02/07) com declarações públicas de integrantes do partido Democrata, como da ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi e do parlamentar Lloyd Dogget.
E ainda uma pesquisa divulgada na terça-feira pela CNN aumentou o pavor no campo democrata: 75% dos eleitores entrevistados acreditam que o partido teria mais chances em novembro com outro candidato.
Casa Branca nega
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, o presidente não considera de forma alguma abandonar a corrida presidencial.
Jean-Pierre rejeitou as preocupações sobre a capacidade mental de Biden, dizendo que o presidente estava com um distúrbio de sono e resfriado durante o debate. Ainda segundo ela, o presidente compreende as críticas ao seu desempenho no debate, mas acredita que precisa seguir em frente e quer “manter a liderança global da América”.
“Ele entende as críticas, aceita-as, mas quer seguir em frente”, acrescentou a porta-voz.
Kamala Harris no lugar de Biden?
Segundo sete fontes da campanha de Biden, da Casa Branca e do Comitê Nacional Democrata ouvidas pela agência Reuters, a vice-presidente Kamala Harris seria a “melhor alternativa” para substituir o presidente, embora tenha menos de 40% de aprovação.
Ela, no entanto, refutou essa hipótese. “Estou orgulhosa de ser a companheira de chapa de Biden. Derrotamos Trump uma vez e o venceremos de novo”, declarou.
(*) Com Ansa.