Um dia antes da eleição presidencial nos Estados Unidos, os candidatos Kamala Harris e Donald Trump encerram suas campanhas no estado-pêndulo da Pensilvânia nesta segunda-feira (04/11).
Tanto a democrata como o republicano estão empatados nas pesquisas de intenção de voto, embora mesmo estas não representem uma visão confiável do futuro, dada a natureza indireta da disputa. Nos Estados Unidos, não é o voto popular que define as eleições, e sim os do Colégio Eleitoral.
Cada estado tem um número de delegados ou delegadas proporcional ao tamanho da população e são necessários 270 de um total de 538 para conquistar a Presidência. A disputa real se dá nos sete estados-pêndulo, nos quais nenhum partido tem voto garantido. A Pensilvânia é possivelmente o mais importante deles, com 19 votos eleitorais.
Harris passará o dia neste estado e terminará em grande estilo com a participação de Lady Gaga em um comício na Filadélfia. Trump também viajará para a Carolina do Norte e Michigan, outros estados-pêndulo.
A campanha foi cheia de reviravoltas, com duas tentativas de assassinato contra Trump e a saída do presidente Joe Biden e Kamala Harris entrando depois em cena. A disputa este ano chama atenção pelas grandes diferenças entre os candidatos.
Trump usa uma retórica violenta em busca de um segundo mandato, o que o tornaria o primeiro presidente condenado e, aos 78 anos, o mais velho. Ele confia em seu discurso contra os imigrantes, a quem acusa de “envenenar o sangue do país”, e na inflação, com uma campanha que não poupou golpes, mesmo contra os seus rivais, pessoas que chama de “inimigo interno”.
No domingo, ele disse aos seus apoiadores que não se importa se jornalistas levarem tiros e entrou em detalhes terríveis de crimes cometidos por imigrantes em situação irregular. O republicano voltou a estimular o medo de que não reconheça o resultado em caso de derrota, como fez em 2020 após ser derrotado por Biden.
Já Kamala espera que a defesa do direito ao aborto lhe abra as portas da Casa Branca. No Michigan, ela cortejou a comunidade árabe-americana, composta por cerca de 200 mil pessoas insatisfeitas com o apoio militar dos Estados Unidos à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Ela prometeu fazer “o possível para acabar com a guerra em Gaza”.