Kamala Harris garantiu nesta sexta-feira (02/08) que será a candidata do seu partido para concorrer nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, uma definição relâmpago menos de duas semanas depois da desistência de Joe Biden. Na disputa eleitoral, que acontece em novembro, ela enfrentará Donald Trump.
Os democratas anunciaram que a vice-presidente norte-americana recebeu, durante uma votação online, o apoio de mais de metade dos delegados para ser a candidata do partido.
Harris, de 50 anos, disse que estava “honrada” por ter ultrapassado esse limite antes mesmo do encerramento da votação, na segunda-feira (05/08). Ela aceitará a indicação na próxima semana e a celebrará durante a convenção democrata, marcada para ser realizada em Chicago, em meados de agosto.
Menos de 100 dias para convencer
Kamala Harris tem agora menos de 100 dias para convencer os eleitores norte-americanos a apoiá-la contra o ex-presidente republicano Donald Trump.
“Não vai ser fácil, mas vamos chegar lá. E como sua futura presidente, sei que estamos à altura do desafio desta batalha”, disse ela em uma mensagem por telefone, transmitida durante um evento de campanha.
Neste duelo de alto nível, porém, a democrata sai com uma vantagem financeira significativa.
A equipe de campanha de Kamala Harris anunciou que arrecadou US$ 310 milhões em julho, mais do dobro dos fundos angariados por Donald Trump, um montante em grande parte arrecadado desde que a vice-presidente substituiu Joe Biden na corrida para as eleições de novembro.
O financiamento desempenha um papel essencial nas campanhas norte-americanas, muitas vezes chegando a montantes astronômicos. A nova candidata democrata arrecadou US$ 200 milhões em menos de uma semana após a desistência de Joe Biden, em 21 de julho.
Esta arrecadação de fundos foi “alimentada pelo melhor mês de recebimento de pequenos doadores na história das eleições presidenciais norte-americanas” e representa “mais do dobro” do que a campanha de Donald Trump arrecadou no mesmo mês, insistiu Harris.
Corrida pelos milhões
A equipe do candidato republicano anunciou quinta-feira (01/08) num comunicado que arrecadou US$ 138,7 milhões em julho, uma quantia significativa no mês em que Donald Trump sobreviveu a um atentado em comício e recebeu apoio triunfante na convenção republicana.
As somas vertiginosas das campanhas presidenciais norte-americanas são, em grande parte, gastas em clipes que promovem os resultados e as promessas dos candidatos. A Internet e os canais de televisão são inundados com eles durante os meses que antecedem as eleições.
A ONG Open Secrets, especializada em financiamento político, estima que as eleições de 2024 poderão ser as mais caras da história norte-americana, ultrapassando o recorde de US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 32,6 bilhões) gastos para o pleito de 2020.
Oprimido pelas preocupações dos eleitores e pela pressão dos governantes eleitos sobre sua idade e suas capacidades físicas e mentais, Joe Biden, de 81 anos, cedeu e anunciou o seu apoio à sua vice-presidente Kamala Harris.
Desde então, o campo democrata beneficiou de uma nova dinâmica favorável mas, alertam os observadores, deve ter cuidado com o excesso de otimismo, porque, mesmo que a diferença esteja diminuindo, Donald Trump ainda mantém a liderança nas pesquisas de intenção de voto.