O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou Donald Trump nesta quinta-feira (07/11) pela vitória na eleição norte-americana e ressaltou que Moscou está “pronto” para dialogar com Washington, conforme a agência estatal de notícias TASS.
Seus primeiros comentários públicos sobre o resultado eleitoral dos Estados Unidos foram realizados durante um fórum internacional na cidade russa de Sochi.
“Aproveito esta oportunidade para parabenizá-lo pela sua eleição como presidente dos Estados Unidos.” afirmou o mandatário. “Nós estamos prontos para restabelecer relações com os EUA, mas a bola está com eles.”
Durante a campanha eleitoral, Trump disse que poderia negociar o fim da guerra na Ucrânia “em 24 horas”, além de afirmar que tinha um relacionamento “muito bom” com Putin. O Kremlin chegou a saudar as falas do republicano, no entanto, destacou que aguardaria por medidas políticas concretas sobre o assunto.
“Sobre o desejo [de Trump] de restaurar as relações com a Rússia para ajudar a acabar com a crise ucraniana, na minha opinião, merece atenção pelo menos”, disse Putin. No passado, Trump deu indícios de que poderia descartar o financiamento militar à Ucrânia.
Em seu discurso, o líder do Kremlin também lembrou do atentado sofrido pelo republicano em 14 de julho, durante um comício em Butler, na Pensilvânia, e elogiou a sua postura na ocasião, afirmando que agiu “de forma corajosa”.
“Seu comportamento no momento de um atentado contra sua vida me impressionou. Ele se comportou, na minha opinião, de forma muito correta, de forma corajosa, como um homem de verdade”, disse, acrescentando que teve a impressão de que o magnata enfrentou constantes ataques durante o primeiro mandato, entre 2017 e 2021.
Na quarta-feira (06/11), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou que o governo russo considera a possibilidade de um contato entre o presidente russo e Trump antes da posse em janeiro, já que o próprio republicano prometeu que “ligaria para Putin” antes da cerimônia.
Em função da gestão Biden, Peskov enfatizou que Moscou vê os EUA como um país “hostil” que está diretamente envolvido no conflito ucraniano, e apontou que as relações com Washington já estão no “ponto mais baixo da história”. Segundo ele, portanto, caberá à nova liderança norte-americana mudar a situação.