Desde que começou a formar o seu futuro governo, Donald J. Trump tem oscilado entre nomeações relativamente convencionais e escolhas surpreendentes. Todos os nomes, porém, têm algo em comum: uma relação pessoal com o presidente eleito.
Diferentemente da sua primeira chegada à Casa Branca, no início de 2017, quando ainda era um novato na política e se cercou de figuras republicanas clássicas com as quais não tinha relação de trabalho ou confiança prévia, agora Trump tem nomeado apoiadores que participaram de comícios de campanha, o visitaram regularmente em sua residência de Mar-a-Lago ou o apoiaram ardentemente na televisão.
Na quarta-feira (13/11), ele causou surpresa ao anunciar que nomeará o deputado Matt Gaetz, da Flórida, para o cargo de procurador-geral dos Estados Unidos.
O deputado já apresentou sua carta de renúncia à Câmara ao presidente da Casa, Mike Johnson, e assumirá uma posição que terá supervisão direta do Departamento de Justiça — órgão que, segundo Trump, o teria perseguido em processos envolvendo retenção de documentos governamentais e tentativas de reversão do resultado da eleição de 2020.
Gaetz também foi alvo de uma investigação de tráfico sexual, encerrada em 2023 após o Departamento de Justiça, sob a gestão de Biden, optar por não apresentar acusações.
Domínio republicano no Congresso abre caminho para agenda de Trump
Com o controle das duas câmaras do Congresso, os republicanos consolidaram seu poder em Washington. De acordo com projeções da CNN, a maioria na Câmara foi confirmada após a conquista de assentos na Califórnia e no Arizona, dando ao partido uma plataforma para implementar uma agenda de direita, incluindo cortes profundos de impostos, políticas rigorosas de imigração e transformações nas políticas internas e externas dos EUA.
A nova configuração aumenta significativamente o poder de Trump, que também conta com uma decisão recente da Suprema Corte que reforça a imunidade do presidente para ações oficiais. Nos próximos anos, Trump ainda poderá ter a oportunidade de nomear novos juízes para a Suprema Corte, o que poderia consolidar uma maioria conservadora até meados do século.
100 Dias de Governo: Trump planeja ações Rápidas para Implementar agenda
A equipe de Trump promete uma agenda intensa nos primeiros 100 dias de governo, focando na implementação do plano “Make America Great Again”. O novo presidente pretende atuar rapidamente em pautas populares junto ao público, incluindo a alta dos preços e a imigração irregular.
No Senado, os republicanos conquistaram 52 assentos após derrotar os democratas em estados tradicionalmente conservadores. Embora a maioria das legislações importantes exija 60 votos no Senado, líderes do partido planejam usar dispositivos orçamentários para viabilizar a aprovação de propostas estratégicas.