Últimos discursos das campanhas nos EUA contrastam tom entre Trump e Harris
Democrata destacou propostas de saúde e direitos reprodutivos, enquanto republicano atacou imigrantes e falou em fraude eleitoral
Na véspera das eleições, os últimos comícios dos dois candidatos à Presidência dos EUA na noite desta segunda-feira (04/11) ocorreram na Pensilvânia, estado em que os votos estão divididos e que são decisivos para os resultados finais.
A democrata Kamala Harris encerrou sua campanha na Filadélfia, enquanto o republicano Donald Trump, esteve em Michigan.
O contraste entre os discursos não podia ser maior. Harris disse que, ao invés de “ficar pensando em uma lista de inimigos, vou trabalhar na minha lista de tarefas“. E passou a elencar algumas das coisas que faria como presidente do país, como proibir os preços abusivos de alimentos, reduzir impostos para trabalhadores e famílias de classe média e diminuir os custos da saúde.
“O acesso aos cuidados de saúde deve ser um direito e não apenas um privilégio daqueles que podem pagar”, disse a candidata democrata.
Ela também foi clara quanto a garantir o direito das mulheres de controlarem o próprio corpo e se disse determinada a sancionar leis que protejam a liberdade reprodutiva das mulheres.
Harris também fez questão de transmitir um discurso de unidade, frisando que será “a presidente de todos os norte-americanos“ e não apenas dos que votem nela. Disse que um líder forte é alguém disposto a ouvir os especialistas, as partes interessadas e aqueles que discordam dele e que é assim que ela vai governar.

Trump e Harris na reta final da campanha eleitoral para Presidência dos EUA
Criminalidade e fraude fora de controle
Em contraste com a democrata, o último dia da campanha de Trump manteve o tom de toda a corrida eleitoral do republicano, marcada por falas extremistas, na qual ele descreveu os EUA como uma economia em crise, um país dominado pelo crime, onde imigrantes criminosos estão fora de controle.
Ele prometeu expulsar os imigrantes e inaugurar uma nova “era de ouro” nos EUA.
“Eles estão matando pessoas à vontade”, disse Trump em seu discurso, chegando a descrever, em detalhes, assassinatos supostamente cometidos por imigrantes ilegais.
Acusações e ofensas pessoais a políticos democratas, sobretudo mulheres, também foram abundantes.
Trump também repetiu as afirmações de que, “depois do péssimo governo que os democratas fizeram”, ele só não será declarado vitorioso já na noite desta terça-feira se “houver fraude”.
Seu discurso também circulou por uma série de insinuações e tangentes pouco claras. Depois de falar sobre imigração e descrever novamente o atentado que sofreu em Butler, tergiversou sobre a “melancolia” que a família Lincoln sentiu após a morte de seu filho Tad.
