O presidente recém-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende restaurar a política de “pressão máxima” imposta contra o Irã durante seu primeiro mandato, conforme fontes envolvidas com os planos de governo do republicano ouvidas pelo periódico norte-americano The Wall Street Journal (WSJ) na quinta-feira (07/11).
Durante sua primeira passagem pela Casa Branca, o ex-mandatário havia imposto sanções drásticas contra a indústria petrolífera de Teerã com a intenção de bloquear o avanço de seu programa nuclear. Nos últimos dias daquele mandato, declarou que enquanto fosse presidente dos EUA, não permitiria o “Irã ter uma arma nuclear”.
Segundo o veículo norte-americano, o novo governo de Trump pretende retomar sua estratégia anterior ao tomar medidas como “perseguir portos estrangeiros e comerciantes que negociam petróleo iraniano”.
“Acho que você vai ver as sanções voltarem, você vai ver muito mais, tanto diplomática quanto financeiramente, eles estão tentando isolar o Irã”, informou um ex-funcionário da Casa Branca ao WSJ. “Acho que a percepção é que o Irã está definitivamente em uma posição de fraqueza agora, e agora é uma oportunidade de explorar essa fraqueza.”
Um outro funcionário envolvido nas questões petrolíferas iranianas alertou ao veículo norte-americano que, em caso de sanções mais duras, “a situação pode se tornar catastrófica”. No entanto, autoridades iranianas têm avaliado que há possibilidade de contornar o impacto das sanções norte-americanas por meio de parcerias comerciais com outros lugares, particularmente com a Organização de Cooperação de Xangai, focada na Ásia.
O jornal Times of Israel aponta que um outro fator que poderá afetar a indústria petrolífera é um iminente ataque israelense às instalações de energia iranianas. No contexto das guerras no Oriente Médio, recentemente, Tel Aviv atacou Teerã em resposta ao lançamento de mísseis balísticos que tinha como objetivo expressar apoio ao grupo libanês Hezbollah, à causa palestina, e vingar a morte de combatentes da Guarda Revolucionária. No entanto, as forças israelenses foram barradas de atingirem as reservas iranianas devido à pressão do governo de Joe Biden, que afirmou temer a escalada da violência na região.