O presidente da Argentina, Mauricio Macri, derrotado nas eleições presidenciais deste domingo (27/10), reconheceu o resultado negativo e disse que convidou o presidente eleito Alberto Fernández para tomar café da manhã na Casa Rosada.
“Falei com o presidente eleito e o convidei a ir a tomar café da manhã na Casa Rosada, para fazer uma transição ordenada para todos os argentinos. É o futuro e o bem-estar dos argentinos”, disse.
“É uma noite de emoções muito especiais. Passamos muitas coisas, muitos sonhos, mas quero dizer-lhes de verdade: isso recém-começa. Como prometi, mais juntos do que nunca. Estaremos aí para defender os valores que queremos”, afirmou.
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“Temos que cuidar do que fizemos. Fizemos coisas muito valiosas. E não falo só de infraestrutura, ou de melhora na educação ou da luta contra o narcotráfico. Falo de outra forma de relacionamentos, de outra cultura de poder”, disse.
“Quero agradecer de coração a todos os argentinos que me acompanharam com seu voto, a pesar das dificuldades, apostando nas mudanças que começamos juntos”, disse o presidente, que entrega o cargo em 10 de dezembro.
Veja a apuração em tempo real:
Marcos Corrêa/PR
Macri admitiu derrota para Fernández
Fernández eleito
Considerado um peronista moderado, Alberto Fernández é advogado e professor do Departamento de Direito Penal e Processo Penal da Universidade de Buenos Aires, na capital da Argentina. Durante a carreira acadêmica, o presidente eleito da Argentina publicou, em colaboração com outros autores, quatro livros sobre o mundo do direito criminal e penal.
Fernández havia participado somente de uma eleição em 2000, quando disputou uma vaga no legislativo de Buenos Aires. Na política, Fernández é conhecido como flexível. Foi subdiretor-geral no ministério de Raúl Alfonsín (presidente entre 1983 e 1989), tesoureiro da campanha de Eduardo Duhalde (presidente de 2002 a 2003) até chegar à chefia da campanha de Néstor Kirchner.
O peronista ainda foi Chefe de Gabinete de Néstor por quatro anos, de 2003 a 2007. Com a vitória de Cristina, Fernández permaneceu por mais um ano no gabinete. O argentino renunciou ao cargo em 2008 após conflitos com a ex-presidente e desde então não exerceu mais atividades políticas.
ELEIÇÕES NA ARGENTINA: COBERTURA COMPLETA
Em maio de 2019, Kirchner anunciou sua candidatura a vice, deixando Fernández como responsável por liderar a chapa. Na ocasião, a ex-chefe de Estado afirmou que a integração Alberto-Cristina era o “necessário” para “não somente ganhar uma eleição, mas para governar”.
Em uma entrevista ao programa El Último Semestre, Fernández afirmou que sabe sair de uma crise, pois “aprendeu” com Néstor [Kirchner]. Ainda nesta entrevista, o novo presidente declarou ser um “um liberal de esquerda, um liberal progressista”.
“Acredito nas liberdades individuais e acho que o Estado tem que estar presente para o que o mercado precisar. E sou um peronista. Estou inaugurando o braço do liberalismo progressista peronista”, disse.