O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, disse nesta segunda-feira (28/10) que a oposição não aceita a derrota nas eleições de 20 de outubro e quer causar confrontos e violência pelo país.
Linera, vencedor das eleições junto com o presidente Evo Morales, chamou Carlos Mesa, ex-candidato presidencial pelo partido Comunidade Cidadã, de “mau perdedor” e “canalha”, pois, segundo ele, Mesa se recusa a reconhecer que perdeu e não aceita a proposta de auditoria eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA).
“Carlos Mesa perde e não reconhece sua derrota e o que ele faz é promover a violência, rejeitar o que a Organização dos Estados Americanos propôs, fazer uma auditoria. Agora ele aposta no confronto e na violência, ele está gerando sofrimento”, disse.
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Para o vice-presidente, Mesa se recusa a apoiar a auditoria da OEA porque assim confirmaria que não ocorreu nenhum tipo de irregularidade no processo eleitoral. Linera ainda afirmou que, por não aceitar a derrota, Mesa pede “mobilização violenta“.
“Lamentamos essa atitude dos maus perdedores (…) que estão apostando em violência, confronto e geração de enfrentamentos entre bolivianos, porque a única coisa que eles estão causando é sofrimento e discriminação de pessoas humildes”, disse.
Reprodução
Álvaro García Linera afirmou que Carlos Mesa quer "mobilização violenta" na Bolívia
Nesta segunda, pelo sexto dia consecutivo, a capital do país, La Paz, amanheceu com ao menos quatro pontos bloqueados na cidade. A movimentação foi realizada por grupos que não aceitam o resultado das eleições e questionam o processo eleitoral. Nas cidades de Cochabamba e Santa Cruz também há bloqueios.
Contra as manifestações da oposição, apoiadores do presidente Evo Morales fecharam duas rotas interdepartamentais na cidade contra as manifestações que estão acontecendo na cidade.
Auditoria
De acordo com o jornal La Rázon, o governo anunciou nesta segunda uma “comissão transparente” que será conduzida pela OEA para realizar a auditoria da apuração do pleito.
“Nos dias seguintes, essa comissão será formada o mais rápido possível e será definido o que deve ser revisto e, é claro, uma comissão mais ampla será formada. Ainda não definimos bem, o presidente está trabalhando nisso ”, disse Linera.
Ainda no sábado (26/10), o presidente boliviano, Evo Morales, convidou os chanceleres de Argentina, Brasil, Colômbia e Estados Unidos a visitarem o país e realizar uma auditoria dos votos realizados nas eleições de 20 de outubro.