Diversas organizações sociais da Bolívia fazem desde as primeiras horas desta segunda-feira (04/11) uma vigília no entorno da Casa Grande do Povo (sede do governo) contra as ameaças de golpe de Estado e com objetivo de evitar que grupos violentos realizem ações desestabilizadoras contra o governo do presidente Evo Morales.
No final de semana, o presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz de La Sierra, Luis Fernando Camacho, anunciou que estava dando uma prazo de 48 horas para que o mandatário boliviano renuncie ao cargo.
Entretanto, Camacho disse que Morales não renunciará e assim nesta segunda-feira (04/11) planeja novas medidas de pressão vindas dos conselhos abertos que foram feitos até agora no país.
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Diante desses avisos, os movimentos sociais da Bolívia declararam emergência e passaram a realizar manifestações nas ruas do país.
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Um dos locais de concentração da vigília é em frente a Casa Grande do Povo, sede do governo boliviano
O líder da Federação de Conselhos de Vizinhança (Fejuve) de El Alto, Basilio Villasante, disse que está preparado para resistir ao ataque e que instalaram uma vigília no Aeroporto Internacional de La Paz para evitar a chegada de Camacho.
No entanto, o presidente Morales convocou uma reunião emergencial com os movimentos sociais para manter uma unidade ante as intenções de setores da oposição. Ademais, solicitou que se evite confrontos entre os bolivianos.
“Pedirei uma reunião de emergência com nossos líderes sindicais, nacionais, a COB, Conalcam, entre outros para agir contra a pressão de alguns setores da oposição”, disse Morales.
Desde a divulgação dos resultados das eleições de 20 de outubro passado, a Bolívia está passando por uma onda de violência, promovida por opositores, que não reconhecem a vitória de Morales no primeiro turno.