O Grupo de Puebla, organização formada por 30 líderes progressistas de 12 países da América Latina, condenou neste sábado (17/10) a detenção por autoridades bolivianas de um deputado argentino que viajou ao país na condição de observador internacional das eleições gerais que ocorrem neste domingo (18/10).
O grupo pediu que a representação da União Europeia e da ONU na Bolívia intercedam por Federico Fagioli e classificou a ação como autoritária.
“Fazemos um chamado à UE na Bolívia e à ONU na Bolívia para que intercedam por meio de suas delegações frente às ameaças, ações e comportamentos próprios de uma ditadura”, disse a organização.
Em nota, o grupo também condenou “o maltrato exercido pela polícia boliviana contra a delegação argentina que está na Bolívia para cumprir com seu dever de observado para as eleições”.
“Deve-se garantir a integridade de todos os membros do conjunto de missões. O que está em jogo é a democracia”, disse.
Condenamos el maltrato ejercido por la policía boliviana contra la Delegación Argentina que está en Bolivia para cumplir con su rol de veedor para las elecciones. Se debe garantizar la integridad de todos los miembros del conjunto de las misiones. Está en juego la democracia.
— Grupo de Puebla (@ProgresaLatam) October 17, 2020
Reprodução/Twitter
Federico Fagioli viajou à Bolívia na condição de observador das eleições
O deputado argentino Federico Fagioli foi detido na noite deste sábado (16/10) ao desembarcar no aeroporto de El Alto, na Bolívia. O parlamentar integra a missão convidada pela presidente do Senado boliviano, Eva Copa, para acompanhar na condição de observadores internacionais as eleições gerais bolivianas.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, também manifestou seu repúdio ao episódio e responsabilizou o governo da autoproclamada presidente Áñez pela segurança dos observadores internacionais.
O candidato à presidência da Bolívia pelo partido Movimento ao Socialismo (MAS), Luis Arce, condenou as ações dos policiais e exigiu respeito aos direitos dos observadores internacionais.
“Condenamos os ataques que o deputado Federico Fagioli recebeu em sua chegada ao país como parte da missão eleitoral que a república irmã da Argentina enviou para acompanhar as eleições da Bolívia de 2020”, disse Arce.