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Eleições na Bolívia

Arce: Trump vê América Latina como ‘quintal’, mas Biden pode ser ‘oportunidade de conversar’

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Presidente eleito da Bolívia classificou como 'infantil' a política de sanções dos EUA: “Não estamos de acordo nem com o que fizeram com Cuba, nem com a Venezuela, nem com nenhum país”

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2020-10-27T12:50:00.000Z

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Na última sexta-feira (23/10), o Supremo Tribunal Eleitoral da Bolívia proclamou, oficialmente, Luis Arce como novo presidente do país, para o quinquênio 2020-2025.

Em entrevista à Sputnik, Arce afirmou que "existe uma grande diferença" entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos. Enquanto, para Donald Trump, a Bolívia e a América Latina representam "um simples quintal", Joe Biden pode, talvez, representar a "oportunidade de conversar e abrir alguns espaços para melhorar [nossas] relações e economia".

Ou seja, as relações entre Bolívia e Estados Unidos vão depender do posicionamento de Washington, e, por consequência, do presidente que for eleito. "Se eles querem nos respeitar como país, respeitam nossa soberania e falamos de igual para igual, não há problema", disse o novo presidente boliviano.


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No entanto, Arce chamou a política de sanções dos EUA de “infantil”. Ele diz acreditar que Depois de qualificar a política de sanções como "infantil", Arce acredita que as nações "têm que se mover com outros elementos e não tipificar e julgar os países, já que ninguém pode julgar um país".

“Não estamos de acordo nem com o que fizeram com Cuba, nem com a Venezuela, nem com nenhum país”, acrescentou.

Ainda segundo Arce, o governo da presidente autoproclamada Jeanine Áñez cortou as relações com a Venezuela por uma questão "puramente ideológica". Ele afirmou que pretende retomá-las e reavaliar a presença de La Paz no Grupo de Lima, instrumento de pressão usado por governos de direita do continente contra Caracas.

“Não sei se somos mais úteis dentro do que fora, isso tem que ser avaliado, mas não coincidimos com muitos dos planos que esse grupo tem, por isso temos que avaliar se é conveniente estar dentro ou fora”, concluiu.

Relações com a Rússia

Arce diz que vai fortalecer os laços com a Rússia, que recuaram durante o governo Áñez. “Acredito que nos últimos onze meses houve uma deterioração nas relações entre a Bolívia e a Rússia, causada justamente pela presença de um governo de facto que veio com um golpe, que não entendia o que está por trás da relação entre nossos países”, disse.

A ideia do presidente eleito é fazer da Bolívia o principal fornecedor de alimentos para o gigante eurasiano, em troca de tecnologias avançadas nos setores de medicamentos, energia, agronegócio, comunicações e outras áreas.

ABI
Arce disse que pretende fortalecer laços com Rússia

“Eu adoraria ter um encontro cara a cara com o presidente [russo Vladimir] Putin, em qualquer ambiente, seja nas Nações Unidas ou em qualquer outro, para precisamente trocar e aprofundar as questões que interessam aos dois países”, disse Arce, esclarecendo que" o mais rápido possível seria o melhor para nós, mas entendemos a agenda que o presidente Putin deve ter".

O presidente eleito adiantou que a Bolívia vai comprar a vacina Sputnik V contra o coronavírus, quando estiver disponível.

Economia

Considerado o arquiteto do milagre econômico boliviano durante os dois mandatos do presidente Evo Morales (2006-2019), Arce, economista de profissão, está comprometido com a industrialização do país em substituição às importações. “Temos um potencial enorme de produção, deixando de importar muitas matérias-primas e também produtos finais, que hoje importamos”, disse à Sputnik.

O presidente eleito também defendeu a continuidade do projeto de industrialização do lítio para a produção e exportação de baterias desse metal estratégico, em um plano que geraria 41 novas indústrias de derivados. Outra de suas prioridades é a entrada da Bolívia na produção de polipropileno e polietileno com sua primeira planta petroquímica, hoje um projeto congelado.

Arce ressaltou que seu governo tentará agregar valor às suas matérias-primas promovendo a indústria do aço, área em que buscará ajuda tecnológica da Rússia. A produção de diesel ecológico com óleos reciclados para transporte também está em foco. “Em cinco anos a Bolívia deixará de importar diesel”, disse.

O retorno de Evo Morales

Em relação a Morales, Arce disse que o primeiro faria bem em retornar a seu país, para se defender em julgamento.

"Se o camarada Evo quiser, ele retornará à Bolívia e se defenderá de todos aqueles processos que estão sendo movidos contra ele, pois estão quebrando muitas regras", disse. Porém, os processos abertos contra Morales "têm que continuar, porque se trata de uma iniciativa do órgão judicial". De igual modo, algumas investigações judiciais também "já começaram" contra os membros do governo interino.

Em entrevista a Opera Mundi na semana passada, Morales afirmou que deseja voltar à Bolívia para se dedicar à agricultura. A volta, inclusive, agora é possível porque a Justiça do país anulou uma ordem de prisão que pesava contra o ex-presidente. No caso de um eventual retorno, o ex-presidente descartou assumir qualquer cargo no governo Arce.


(*) Com Sputnik

Eleições 2020 nos EUA

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Constituinte no Chile

'Base de um Chile mais justo', diz presidente da Constituinte na entrega de texto final

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Ao cumprir um ano de debate, Convenção Constitucional encerra trabalhos com entrega de nova Carta Magna a voto popular

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-07-04T21:39:54.000Z

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Aconteceu a última sessão da Constituinte chilena nesta segunda-feira (04/07) com a entrega de uma nova proposta de Constituição para o país. 

"Esta proposta que entregamos hoje tem o propósito de ser a base de um país mais justo com o qual todos e todas sonhamos", declarou a presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros. 

Após um ano de debates, os 155 constituintes divulgaram o novo texto constitucional com 178 páginas, 388 artigos e 57 normas transitórias.

O presidente Gabriel Boric participou do ato final da Constituinte e assinou o decreto que convoca o plebiscito constitucional do dia 4 de setembro, quando os chilenos deverão aprovar ou rechaçar a nova Carta Magna.

"Hoje é um dia que ficará marcado na história da nossa Pátria. O texto que hoje é entregue ao povo marca o tamanho da nossa República. É meu dever como mandatário convocar um plebiscito constitucional, e por isso estou aqui. Será novamente o povo que terá a palavra final sobre o seu destino", disse.

No último mês, os constituintes realizaram sessões abertas em distintas regiões do país para apresentar as versões finais do novo texto constitucional. A partir do dia 4 de agosto inicia-se a campanha televisiva prévia ao plebiscito, que ocorre em 4 de setembro. 

Embora todo o processo tenha contado com ampla participação popular, as últimas pesquisas de opinião apontam que a nova proposta de constituição poderia ser rejeitada. Segundo a pesquisa de junho da empresa Cadem, 45% disse que votaria "não", enquanto 42% dos entrevistados votaria "sim" para a nova Carta Magna. No entanto, 50% disse que acredita que vencerá o "aprovo" no plebiscito de setembro. Cerca de 13% dos entrevistados disse que não sabia opinar.

Reprodução/ @gabrielboric
Presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros, e seu vice, Gaspar Domínguez, ao lado de Gabriel Boric

"Além das legítimas divergências que possam existir sobre o conteúdo do novo texto que será debatido nos próximos meses, há algo que devemos estar orgulhosos: no momento de crise institucional e social mais profunda que atravessou o nosso país em décadas, chilenos e chilenas, optamos por mais democracia", declarou o chefe do Executivo. 

Em 2019, Boric foi um dos representantes da esquerda que assinou um acordo com o então governo de Sebastián Piñera para por fim às manifestações iniciadas em outubro daquele ano e, com isso, dar início ao processo constituinte chileno.

Em outubro de 2020 foi realizado o plebiscito que decidiu pela escrita de uma nova constituição a partir de uma Convenção Constitucional que seria eleita com representação dos povos indígenas e paridade de gênero.

"Que momento histórico e emocionante estamos vivendo. Meu agradecimento à Convenção que cumpriu com seu mandato e a partir de hoje podemos ler o texto final da Nova Constituição. Agora o povo tem a palavra e decidirá o futuro do país", declarou a porta-voz do Executivo e representante do Partido Comunista, Camila Vallejo.

A composição da Constituinte também foi majoritariamente de deputados independentes ou do campo progressista. Todo o conteúdo presente na versão entregue hoje ao voto público teve de ser aprovado por 2/3 do pleno da Convenção para ser incluído na redação final.

Com minoria numérica, a direita iniciou uma campanha midiática de desprestígio do organismo, afirmando que os deputados não estariam aptos a redigir o novo texto constitucional. Diante dos ataques, o presidente Boric convocou os cidadãos a conhecer a fundo a nova proposta, discutir de maneira respeitosa as diferenças e votar pela coesão do país, afirmando não tratar-se de uma avaliação do atual governo, mas uma proposta para as próximas décadas. 

"Não devemos pensar somente nas vantagens que cada um pode ter, mas na concordância, na paz entre chilenos e chilenas e pela dignidade que merecem todos os habitantes da nossa pátria", concluiu o chefe de Estado.

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