Faltando poucos dias para os Jogos Olímpicos de Paris, a polícia reforçou neste domingo (21/07) as inspeções nos barcos atracados às margens do rio Sena. Com muitos moradores desavisados e sem o código QR exigido para circular nos locais que vão receber o espetáculo de abertura na sexta-feira (26/07), várias partes turísticas da cidade ficaram praticamente desertas, enquanto pedestres reclamavam de ter que fazer longos desvios em seus itinerários. Entre as autoridades que confirmaram presença no evento está o presidente de Israel.
O sol mal havia nascido e um policial francês incentiva o seu cão farejador a subir em um barco-restaurante atracado no rio Sena, em Paris, para uma inspeção de segurança, esta manhã. O objetivo da operação é garantir a proteção do desfile das delegações no rio da capital, na sexta-feira, na primeira vez em que uma cerimônia de abertura será organizada fora de um estádio, na história das Olimpíadas.
Cães e policiais verificam cômodo por cômodo em busca de qualquer vestígio de explosivos na barcaça, diante da qual os barcos da parada fluvial deverão passar. É necessário vasculhar os “94 barcos da parada, os estabelecimentos flutuantes que recebem o público e os barcos de alojamento”, detalha o comissário-geral, Zeljko Ilic, comandante da brigada canina.
Um total de mais de 300 barcos serão inspecionados em quatro dias e meio, em todo o arco do Sena que atravessa Paris. Uma operação “colossal”, avalia o comandante Ilic.
Um número estimado entre 6.000 e 7.000 atletas (de um total de 10.500), representando as mais de 200 nações participantes, deverão desfilar no dia 26 de julho, com as cores de sua delegação, descendo o Sena até a torre Eiffel, monumento emblemático diante do qual acontecerá a parte protocolar da cerimônia de abertura.
Cerca de 3.000 dançarinos, músicos e atores ocuparão as duas margens e as pontes, ao longo de um percurso de 6 quilômetros.
Para cumprir os requisitos de segurança, 120 membros da polícia nacional, da alfândega, da administração penitenciária e do exército trabalham em conjunto nesta operação de inspeção de barcos. Delegações estrangeiras da Áustria, dos Emirados Árabes Unidos e da Bulgária vieram ajudar.
Uma hora antes, todos foram divididos em grupos. “Os cães fazem a parte olfativa”, enquanto os soldados “cuidam da parte visual”, resume o comissário Ilic, antes de sublinhar: “Até agora, nada se revelou positivo, o que é uma boa notícia”.
Ao mesmo tempo, os mergulhadores examinam o casco de cada navio.
O objetivo é que os cerca de 326 mil espectadores esperados no dia 26 de julho, possam assistir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos “com espírito livre”, resume o policial.
O esquema de segurança de Paris 2024 é imenso: 35 mil policiais e 18 mil militares estarão mobilizados durante os 12 dias do evento. Há ainda 1,8 mil agentes de segurança vindos de 43 países para apoiar as forças francesas, inclusive do Brasil. A Polícia Federal brasileira enviou 20 agentes para a França.
Enquanto isso, apesar da comunicação frequente sobre as interdições, parisienses desavisados foram surpreendidos com ruas e pontes fechadas na capital francesa em razão da organização dos Jogos Olímpicos.
Autoridades
O presidente israelense, Isaac Herzog, confirmou presença para a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, na sexta-feira, anunciou o seu gabinete em comunicado no domingo. “Durante a sua visita, o presidente representará o Estado de Israel na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024 e cumprimentará a delegação israelense no início da competição”, diz o comunicado.
Herzog também participará da comemoração do 52º aniversário do ataque aos atletas israelenses durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. Esta competição foi marcada pela tomada de reféns, organizada contra a delegação israelense por um comando palestino, durante a qual foram mortos onze atletas israelenses e um agente da polícia alemã.
Herzog também estará presente na cerimônia que deverá ser organizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para os chefes de Estado que comparecerão à abertura das Olimpíadas.
O presidente Lula disse que foi convidado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para a abertura dos Jogos Olímpicos, mas não poderá comparecer. O ministro do Esporte, André Fufuca, representará o governo brasileiro.