Quarta-feira, 11 de junho de 2025
APOIE
Menu

A abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, programada para a próxima sexta-feira (26/07), terá uma polêmica garantida: a presença do judoca Peter Paltchik como porta-bandeira da delegação de Israel – função que será compartilhada com a nadadora Andi Murez.

O porta-bandeira de uma delegação olímpica costuma ser o atleta que representa aquela delegação, e a escolha de Paltchik como atleta símbolo de Israel gerou controvérsia devido ao histórico de declarações e atitudes dele relacionadas ao massacre cometido pelas forças militares israelenses contra os civis palestinos na Faixa de Gaza – operação que já produziu a morte de mais de 39 mil pessoas, segundo as cifras oficiais.

O caso mais repercutido foi o da foto que o judoca publicou em suas redes sociais com autógrafos e mensagens islamofóbicas que ele escreveu em mísseis israelenses. O episódio ocorreu durante uma visita realizada pelo atleta a um local de armazenamento de munições.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Na publicação, junto com a foto, Paltchik escreveu a mensagem: “de mim, para vocês, com prazer” (“from me to you with pleasure”), que foi interpretada como uma declaração irônica de satisfação pelo massacre cometido contra os civis palestinos.

A postagem do judoca também apresenta duas hashtags que estão sintonizadas com o discurso do governo israelense relativo à ofensiva em Gaza: a primeira, #HamasisISIS, é usado por Tel Aviv para instalar a narrativa de que o grupo palestino de resistência Hamas é aliado ao Estado Islâmico.

A segunda hashtag, #IsraelAtWar, foi usada pelo governo do premiê Benjamin Netanyahu durante os primeiros meses do conflito para difundir seu discurso sobre a necessidade da ofensiva em Gaza.

Judo Inside
Judoca israelense Peter Paltchik é conhecido por declarações a favor do massacre contra o povo palestino e ações contra grupos que criticam os bombardeios em Gaza

Porém, a polêmica da foto não foi a única envolvendo Paltchik. Em abril deste ano, durante um torneio preparatório para as Olimpíadas realizado no Japão, ele e outros judocas da delegação israelense ameaçaram atacar um grupo de manifestantes que protestavam contra os crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza.

Em um vídeo sobre o episódio é possível ver também um judoca brasileiro apoiando os israelenses durante a confusão.

A ação dos judocas israelenses foi denunciada por grupos defensores de direitos humanos e utilizada como argumento para solicitar o banimento da delegação israelense dos Jogos Olímpicos, pedido que se baseava em aplicar a Israel o mesmo critério utilizado para banir as representações da Rússia e da Bielorrússia, em função do conflito bélico na Ucrânia.