Quarta-feira, 16 de julho de 2025
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O grupo libanês Hezbollah realizou uma ofensiva na noite este domingo (13/10) ao lançar drones que atingiram uma base militar no norte de Israel, matando quatro soldados e ferindo sete, além de outras 60 pessoas.

A base atingida é a Brigada Golani, na Binyamina, distrito de Haifa, há cerca de 60 quilômetros da fronteira com o Líbano. A informação foi confirmada pelo Exército israelense que considerou o ataque uma demonstração de resiliência do Hezbollah e uma evidência de lacunas nos seus sistemas de defesa, falhas que promete investigar.

Ao todo, segundo a Defesa israelense, 115 foguetes ou mísseis do Hezbollah atacaram o norte de Israel até as 15 horas de domingo.

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O grupo xiita também disparou em direção às cidades israelenses de Nahariya, na região fronteiriça e prometeu que isso é apenas o começo, que ofensivas maiores estão sendo preparadas. O Hezbollah disse que os lançamentos foram uma resposta aos ataques israelenses ao Líbano que ocorreram na última semana.

Os Estados Unidos reagiram anunciando que enviariam um novo sistema avançado de defesa de mísseis para Israel e uma centena de tropas para operá-lo, “o que colocará as forças norte-americanas ainda mais perto da guerra no Oriente Médio”, destacou o jornal New York Times.

IRNA
Hezbollah disse que lançamentos foram respostas aos recentes ataques de Israel contra o Líbano

O ataque do Hezbollah acontece quase 15 dias após o início da invasão terrestre de Israel no sul do Líbano e, segundo um novo relatório do Instituto para o Estudo da Guerra, grupo de pesquisa sediado em Washington, os ataques teriam como objetivo minar o apoio da população israelense à essa invasão.

Na semana passada, Israel intensificou seus ataques ao Líbano com bombardeios à capital e regiões de fronteira. Só nos últimos dias, 23 pessoas morreram, sem que o objetivo declarado de barrar os ataques do Hezbollah às fronteiras fosse atingido. Esses seguem quase diários, embora geralmente sejam bloqueados pela defesa antiaérea de Israel.

Desde 16 de setembro, mais de 2 mil pessoas foram mortas no Líbano pelas forças israelenses e mais de 8 mil ficaram feridas. Também nesse país se observa que a infraestrutura de saúde é alvo preferencial dos bombardeios.

Novo ataque às Forças de Paz

Em seu avanço terrestre pelo sul do Líbano, as tropas sionistas atacaram posições das Forças de Paz das Nações Unidas desde sexta-feira (11/10), tendo ferido, em dois ataques, cinco membros da organização.

Apesar do veemente repúdio internacional, a agressão se repetiu nesse domingo, quando tanques israelenses destruíram o portão e invadiram outra base da ONU, de onde só se retiraram 45 minutos depois que a missão apresentou um protesto.

Segundo o Exército israelense, o incidente ocorreu quando seus soldados buscavam escapar de mísseis do Hezbollah. Membros da Força de Paz disseram que isso põe em questão seu status de neutralidade, tornando-os potencial alvo para o grupo libanês.

O governo de Benjamin Netanyahu se limitou a dizer que “lamenta” os soldados feridos e insiste em que a Força de Paz rejeitou seus apelos para abandonar suas posições na região. Essa, de acordo com o primeiro-ministro, “seria maneira mais simples e óbvia de garantir sua segurança”.

Israel alega que o papel da Força de Paz é de mero observador, que ela não conseguiu impedir o Hezbollah de ampliar sua presença militar na fronteira. O governo sionista não faz referência, entretanto, à proposta feita sexta-feira (11/10) pelo primeiro-ministro do Líbano, Najub Mikati, e endossada pelo Hezbollah, de um cessar-fogo completo e permanente.

A proposta incluía o compromisso da retirada do Hezbollah do sul do Líbano e de retomada do controle da região pelo Exército libanês, desde que as forças israelenses também se retirassem.

A Cruz Vermelha Libanesa informou durante a noite que estava enfrentando um “grande ataque” na cidade de Nabatieh, no sul, postando uma imagem nas redes sociais que mostrava chamas e escombros. A defesa civil do Líbano disse na manhã de domingo que uma pessoa foi morta e outras quatro ficaram feridas.

Nas últimas 24 horas, segundo o governo libanês, ao menos 23 pessoas foram mortas. Já o Exército israelense informou que mais dois soldados ficaram gravemente feridos em combate.