Um avanço das Forças de Defesa Israelenses (FDI, como é chamado o exército de Israel) no sul do Líbano foi repelido pelo Hezbollah, informou o grupo de resistência nesta quinta-feira (03/10).
Um dia após o registro das primeiras oito baixas israelenses em combate no Líbano, o Hezbollah lançou artilharia contra os soldados de Tel Aviv que tentavam avançar sobre a passagem da fronteira conhecida como Fatima Gate (Portão de Fátima), a fim de dominar a vila libanesa de Aadaysit Marjaayoun, também chamada de Odaisseh.
Segundo a Al Jazeera, o Hezbollah ainda repeliu tropas israelenses que tentavam avançar sobre a vila de Maroun al-Ras, também no sul libanês, enquanto Tel Aviv lançava novos ataques aéreos contra Beirute, que deixaram ao menos nove mortos nesta quinta.
O grupo libanês ainda informou que seus combatentes atacam as forças israelenses em diversos outros pontos do sul do país.
Noticiado pelo UOL, o porta-voz do Hezbollah, Mohammad Afif, declarou que o grupo ainda possui combatentes, armas e munição para retaliar Israel, apesar de sua tentativa de desmantelar a resistência libanesa.
“Nós garantimos a vocês, o inimigo, que este é apenas o primeiro round. Vamos sacrificar sangue e alma por nossa terra natal pela graça de Deus”, instou, além de garantir que o ocorrido em Odaisseh e Aadaysit Marjaayoun foi “não foi nada além da ponta do iceberg”.
Entre os incessantes ataques aéreos de Israel contra Beirute, a capital libanesa, a Agência Nacional de Notícias do país denunciou, na última quarta-feira (02/10), que os ataques realizados nas primeiras horas daquele dia utilizaram bombas de fósforo branco, proibidas internacionalmente.
A utilização desta arma química constitui uma violação dos direitos humanos e do direito internacional. Da mesma forma, a agência esclareceu que o fósforo branco tem efeitos catastróficos no corpo humano, pois é solúvel nos tecidos, produz queimaduras térmicas e químicas que causam a morte ao atingir os ossos.
A agência ainda especificou que as pessoas expostas ao fósforo branco sofrem fortes dores e sentem danos aos órgãos a longo prazo. No sistema respiratório, quando o vapor é inalado, causa inflamação da traquéia, por exemplo.
Segundo o Ministério de Saúde do país, o número de mortos desde outubro passado, quando Israel lançou sua guerra na Faixa de Gaza, e a escalada de tensão nas últimas semanas no Líbano, subiu para duas mil pessoas.
Em meio ao conflito, o exército do Líbano, que não está associado ao Hezbollah, informou as duas primeiras mortes de soldados em combate contra Israel no sul do país, em um ataque contra um posto militar na área de Bint Jbeil.
Já a primeira baixa ocorreu durante uma missão de resgate e evacuação com a Cruz Vermelha Libanesa na cidade de Taybeh, no distrito de Marjayoun, segundo a Al Jazeera.
Por sua vez, as FDI anunciaram a interceptação de projéteis e drones lançados do Líbano contra o norte de Israel; contudo alguns causaram impacto.
Israel também realizou um ataque contra um prédio municipal em Bint Jbeil, que deixou 15 pessoas mortas, alegando que o edifício era um reduto de armas do Hezbollah.
Outra frente de combate: Iêmen e Houthis
Por seu lado, as Forças Armadas do Iêmen reivindicaram, também nesta quinta-feira, um novo ataque de drones contra Tel Aviv, que “alcançou com sucesso o seu objetivo”.
Também reafirmaram que continuarão as suas ações até que Israel cesse os seus ataques contra o Líbano e a Faixa de Gaza.
Já Yahya Sarea, porta-voz militar Houthi, grupo de resistência do país, disse em comunicado que a operação contra Israel foi realizada com drones do tipo Yafa e informou que os drones atingiram os seus alvos sem que Israel pudesse confrontar ou derrubá-los.
(*) Com TeleSUR