Em contínuo ataque contra “posições do Hezbollah dentro ou perto de suas aldeias”, as forças israelenses ordenaram neste sábado (12/10) aos moradores de 22 cidades e vilarejos no sul do Líbano para evacuarem imediatamente, alegando presença de “elementos, instalações ou armas” do grupo libanês nas grandes áreas.
“Você está proibido de ir para o sul, e qualquer movimento em direção ao sul representa um perigo para sua vida”, disse Avichay Adraee, porta-voz do exército israelense para o público de língua árabe, no X, acrescentando que os civis libaneses precisam se mudar para o norte do rio Awali. “Não voltem para suas casas até uma segunda ordem. Não se dirijam para o sul. Qualquer pessoa que se dirija para o sul corre o risco de colocar sua vida em perigo”.
🟡 بيان عاجل إلى سكان #جنوب_لبنان
إلى سكان القرى التالية:عيتا الشعب, رامية, ياطر, قوزح , بيت ليف, حنين , رشاف, عينتا, القليلة, الحوش, نبعة, تولين, التمرية , الخيام, الخربة, كفر حمام, عرب اللويزة, جسر ابو زبله, جبل العدس, ضهر برية جابر, كفرا, رمادية, زبقين.
إن نشاط حزب الله… pic.twitter.com/c5bQSgo2Db
— افيخاي ادرعي (@AvichayAdraee) October 12, 2024
Segundo a emissora catari Al Jazeera, muitas das cidades libanesas, incluindo Aita al-Shaab, Ramyah e Hanine, já foram amplamente bombardeadas por caças e drones israelenses.
Por outro lado, em comunicado, o Hezbollah afirmou ter disparado mísseis contra uma fábrica de explosivos israelense no sul de Haifa, a maior cidade do norte de Israel. No dia anterior, o grupo reivindicou a responsabilidade por um ataque de drone em uma base aérea, também direcionada à mesma cidade.
Os ataques israelenses ocorrem enquanto o governo sionista do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu segue sendo criticado pela comunidade internacional devido à escalada no Oriente Médio e suas recentes ofensivas contra forças da paz das Nações Unidas (ONU). O presidente norte-americano Joe Biden, principal aliado de Israel, também repudiou as medidas tomadas pelo premiê.
Na sexta-feira (11/10), o exército israelense voltou a atacar posições da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês), instaladas no sul do país. Tratou-se de uma ofensiva realizada em menos de 48h, uma vez que na quinta-feira (10/10), Israel já havia disparado repetidas vezes contra a mesma entidade, ferindo dois soldados que continuam hospitalizados.
O Hezbollah já pediu aos israelenses que se afastassem de locais militares em áreas residenciais no norte do país.
“O exército do inimigo israelense está usando casas (…) como centros de reunião para seus oficiais e soldados” em várias regiões do norte de Israel e “tem bases militares” nas principais cidades do norte, incluindo “Haifa, Tiberíades e Acre”, alertou o grupo libanês, que anteriormente assegurou que suas ofensivas não visam a população civil.
(*) Com RFI