Cerca de 10 ataques israelenses foram realizados simultaneamente contra os subúrbios de Beirute, no Líbano, nesta terça-feira (26/11), antes do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovar um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah.
A ofensiva “massiva” que, de acordo com o jornal The Times of Israel, durou 2 minutos, ocorreu aproximadamente 30 minutos depois que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) ordenaram a evacuação de civis em cerca de 20 áreas na periferia sul da capital, e pediram para manter uma distância de pelo menos 500 metros.
O porta-voz militar de Israel, Avichay Adraee, disse que a força aérea estava conduzindo um “ataque generalizado” contra alvos do Hezbollah em toda a cidade.
A Agência Nacional de Notícias do Líbano informou ainda que um ataque israelense anterior em Beirute, na área de Nweiri, “destruiu um prédio de quatro andares que abrigava pessoas deslocadas”. O Ministério da Saúde local informou que sete pessoas foram mortas e 37 ficaram feridas no bombardeio.
Relatos do veículo local Al Mayadeen também apontam que as recentes operações militares no bairro de Dahiyeh foram “os mais violentos e intensos desde o início da guerra”, causando graves danos na zona sul da capital libanesa.
Cessar-fogo
Os ataques foram deflagrados poucas horas antes que Netanyahu se pronunciasse à favor da implementação do acordo de trégua mediado pelos presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron.
Após o gabinete israelense aprovar o cessar-fogo de dois meses no Líbano, o mandatário norte-americano detalhou que o plano entrará em vigor na madrugada desta quarta-feira (27/11). O acordo em questão exige que as tropas israelenses se retirem do sul do Líbano, num primeiro momento, e que o Hezbollah encerre sua presença armada ao longo da fronteira com Israel.
Nas primeiras horas desta terça-feira, o chefe de diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que “não há mais desculpas para adiar” o acordo de cessar-fogo.
“Precisamos alcançar um acordo para o cessar-fogo hoje, não há mais desculpas para adiar. Do contrário, o Líbano vai colapsar“, afirmou o diplomata, à margem da reunião de ministros das Relações Exteriores do G7 em Fiuggi, na Itália.
“Espero que hoje o governo Netanyahu aprove o acordo de Estados Unidos e França. Basta de desculpas. Basta de novos pedidos”, acrescentou Borrell, acusando ainda o Exército de Israel de bloquear a entrada de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza. Segundo ele, “a fome está sendo utilizada como arma contra pessoas completamente abandonadas”.
(*) Com Ansa