O Exército de Israel seguiu atacando a população civil no sul do Líbano nesta segunda-feira (27/01), um dia depois da data em que as forças de Tel Aviv deveriam ter concluído a sua retirada da região, conforme o acordo de cessar-fogo assinado com o Hezbollah e o governo de Beirute.
De acordo com a agência de notícias libanesa NNA, a ofensiva teria ocorrido enquanto centenas de pessoas, incluindo manifestantes contra a presença israelense na fronteira, tentavam retornar para os seus vilarejos.
O Ministério da Saúde do Líbano informou que, desde as primeiras horas do dia, as forças israelenses mataram pelo menos duas pessoas e feriram outras 17. Segundo a pasta, desde o domingo (26/01), já foram registradas mais de 24 mortes, incluindo seis mulheres, enquanto 134 pessoas ficaram feridas.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) justificaram os ataques alegando que o Hezbollah pressionaram os civis a protestarem, e que seus soldados teriam disparado para alertar os manifestantes a não se aproximarem.

O Exército de Israel seguiu atacando a população civil no sul do Líbano um dia depois da data em que as forças de Tel Aviv deveriam ter completado a sua retirada da região
Desde domingo, moradores das localidades destruídas no sul do Líbano tentam retornar para suas casas, conforme as cláusulas do acordo de cessar-fogo que exigia a retirada completa das tropas israelenses até 26 de janeiro. No entanto, a pedido do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, os Estados Unidos, principal nação aliada do regime sionista, determinaram que o tratado será prorrogado até 18 de fevereiro.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, na vila de Aitaroun nesta segunda-feira, dezenas de moradores desarmados, alguns com bandeiras do Hezbollah, marchavam de mãos dadas, usavam motocicletas, eram escoltados por ambulâncias, escavadeiras e tanques do Exército libanês. Segundo o veículo, eles se aproximavam da periferia da cidade, mas paravam antes das posições israelenses, incapazes de entrar.
“Nossa aldeia é nossa e vamos trazê-la de volta mais bonita do que era antes. Nós vamos ficar”, afirmou Saleem Mrad, chefe do município, à agência Associated Press.
(*) Com Ansa