O governo de Israel pediu nesta quinta-feira (23/01) aos Estados Unidos, principal aliado de guerra, mais 30 dias para se retirar do sul do Líbano, às vésperas do fim do prazo de 60 dias estipulado pelo acordo de cessar-fogo. O tratado assinado em 26 de novembro exige que as forças israelenses sejam removidas da região até este domingo (26/01), enquanto o exército do Líbano deve aumentar sua presença.
No entanto, Israel alegou que as forças libanesas estão demorando em se posicionarem no sul do país.
De acordo com o jornal Haaretz, os EUA e a França, que coordenam o acordo juntamente com o Hezbollah, estão debatendo uma possível extensão com autoridades israelenses e libanesas. Fontes citadas pelo veículo avaliam que o governo francês não vê problema em conceder a prorrogação, desde que as outras partes entrem em consenso.
Por outro lado, a Rádio do Exército israelense informou que a gestão Trump estaria menos propensa a aceitar a solicitação, querendo que a retirada total das tropas seja cumprida até domingo. Em entrevista ao veículo, o embaixador de Israel nos EUA, entretanto, afirmou que acredita que Tel Aviv e Washington “chegarão a um entendimento”.

Em 26 de novembro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou o acordo de cessar-fogo com Hezbollah, sem dar detalhes sobre sua implementação
Apesar do acordo de cessar-fogo, Israel seguiu atacando o sul do Líbano e destruiu dezenas de aldeias fronteiriças. Na segunda-feira (20/01), o Hezbollah alertou o regime sionista contra a extensão de sua ocupação na região para além do prazo de retirada.
“Nós, do Hezbollah, estamos esperando a data de 26 de janeiro, o dia em que o cessar-fogo exigirá uma retirada completa dos israelenses do território libanês”, disse o parlamentar do Hezbollah, Ali Fayyad, acrescentando que qualquer presença das forças israelenses na região configurará a anulação do acordo de cessar-fogo.
“Qualquer presença israelense remanescente, mesmo em uma única polegada do território invadido durante esta guerra, será tratada como uma violação flagrante do acordo e uma indicação clara do fracasso da comunidade internacional em honrar seus compromissos”, disse.
Deflagrada na esteira do conflito na Faixa de Gaza, a guerra no Líbano provocou quase quatro mil mortes e o deslocamento forçado de mais de um milhão de pessoas. Ao longo do conflito, o Hezbollah também perdeu o seu líder, Hassan Nasrallah, morto em um bombardeio na periferia de Beirute em setembro de 2024.
(*) Com Ansa