Domingo, 18 de maio de 2025
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O Líbano e o Hezbollah concordaram com um cessar-fogo com Israel momentos antes do ataque que culminou na morte do secretário-geral do grupo, Hassan Nasrallah, em 27 de setembro, segundo o ministro das Relações Exteriores libanês, Abdallah Bou Habib.

A declaração foi dada pelo ministro em entrevista à jornalista britânica Christiane Amanpour, da CNN: “o Líbano concordou com um cessar-fogo”, e acrescentou que o presidente da Câmara libanesa, Nabih Berri, consultou o Hezbollah sobre o assunto, que também foi informado às autoridades dos Estados Unidos e França, mediadores responsáveis por informar que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu também havia concordado com a proposta.

A proposta de cessar-fogo era parte de uma iniciativa mais ampla envolvendo a liderança norte-americana e francesa. O plano que contaria com 21 dias de trégua a partir de 25 de setembro teria sido acordado após os presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron se encontrarem à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque. No entanto, o acordo foi rejeitado por Netanyahu um dia depois do aceite, em 26 de setembro, com ordem para que as Forças de Defesa Israelenses continuassem lutando.

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Apesar da declaração, o próprio movimento libanês ainda não tinha tornado públicas as declarações sobre a proposta, enquanto o governo dos EUA e França lançaram um comunicado conjunto sobre o cessar-fogo na região, em 25 de setembro,

Autor desconhecido/Wikicommons
Apesar da declaração, próprio Hezbollah  ainda não tinha tornado públicas as declarações sobre o cessar fogo

“É hora de um acordo na fronteira entre Israel e Líbano que garanta segurança e proteção para permitir que os civis voltem para suas casas. A troca de tiros desde 7 de outubro e, em especial, nas últimas duas semanas, ameaça um conflito muito mais amplo e prejudica os civis. Portanto, trabalhamos juntos nos últimos dias em um apelo conjunto por um cessar-fogo temporário para dar à diplomacia uma chance de sucesso e evitar novas escaladas na fronteira”, afirmava o documento, endossado também pela Austrália, Canadá, União Europeia, Alemanha, Itália, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Catar.

Os presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron pediam “apoio imediato” de Israel e Líbano sobre a proposta. Contudo, Tel Aviv rejeitou a proposta, como explicado por Habib.

“Não haverá cessar-fogo no norte. Nós vamos continuar lutando contra a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, declarou então o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz.

A revelação do ministro libanês levanta questões sobre os motivos de Israel em escalar o conflito, apesar do progresso aparente em direção a um cessar-fogo. Segundo o Monitor do Oriente Médio, críticos argumentam que sucessivos governos israelenses têm historicamente usado escaladas de violência como um meio de evitar negociações de paz.

Ao provocar ou continuar conflitos, Israel pode justificar ações militares, impedir soluções diplomáticas e atrasar o estabelecimento de um estado palestino, permitindo a expansão contínua de assentamentos ilegais e a dominação da região.

(*) Com Monitor do Oriente Médio e Sputnik