A União Europeia cobrou nesta terça-feira (26/11) que o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceite um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, no Líbano. O chefe de diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou que “não há mais desculpas para adiar” o tratado e que, para a sua implementação, Tel Aviv deve continuar sendo pressionado.
“Precisamos alcançar um acordo para o cessar-fogo hoje, não há mais desculpas para adiar. Do contrário, o Líbano vai colapsar“, afirmou Borrell, à margem da reunião de ministros das Relações Exteriores do G7 em Fiuggi, na Itália.
A declaração chega em meio aos rumores de que os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, podem anunciar uma trégua sobre a guerra no Líbano nas próximas horas.
“Espero que hoje o governo Netanyahu aprove o acordo de Estados Unidos e França. Basta de desculpas. Basta de novos pedidos”, acrescentou o diplomata, que ainda acusou o Exército de Israel de bloquear a entrada de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza. Segundo ele, “a fome está sendo utilizada como arma contra pessoas completamente abandonadas”.
Na segunda-feira (25/11), dois altos funcionários israelenses e outros dois dos EUA informaram ao portal norte-americano Axios que Beirute e Tel Aviv estavam prestes a concordar com um acordo de trégua para esta terça-feira.
Borrell, que revelou ter discutido as perspectivas de um cessar-fogo durante uma viagem recente ao Líbano, disse que um dos pontos de discórdia era se a França deveria ser incluída em um comitê que monitora a implementação do acordo. O chefe de diplomacia relatou que os libaneses pediram o envolvimento do governo francês nas tratativas, mas os israelenses permaneceram com dúvidas.
O alto representante da UE também criticou o que considerou como padrões duplos ocidentais nos mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade no conflito de Gaza.
“Você não pode aplaudir quando o tribunal vai contra (o presidente russo Vladimir) Putin e permanecer em silêncio quando o tribunal vai contra Netanyahu”, disse, pedindo aos estados-membros do bloco europeu que apoiem o TPI.
A Itália, que detém a Presidência do G7, disse no dia anterior que estava tentando negociar uma posição comum com o grupo sobre a decisão do TPI, mas que o progresso é difícil já que os EUA disseram que não reconhecem a jurisdição do tribunal e se opõem ao mandado de prisão contra o premiê israelense.
(*) Com Ansa