Sexta-feira, 16 de maio de 2025
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A pesquisa do Instituto de Democracia de Israel (IDI), realizada entre os dias 25/12 e 28/12 e divulgada na terça-feira (02/01), apontou que apenas 15% dos entrevistados desejam que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, continue no cargo quando a guerra em Gaza terminar. 

O seu rival político e atual parceiro do gabinete de guerra, o centrista Benny Gantz, obteve o apoio de 23% dos entrevistados. Cerca de 30% não souberam responder.

De 746 israelenses entrevistados, 56% responderam que continuar a ofensiva militar de Israel em Gaza é a melhor forma de recuperar os reféns, enquanto 24% afirmaram que um acordo de troca que incluísse a libertação de mais prisioneiros palestinos das prisões israelenses seria a melhor maneira. 

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Quando se trata de recuperar os reféns, as diferenças entre os entrevistados judeus e árabes são pequenas. Entre os judeus, existe um vínculo daqueles que classificam o sucesso de Israel neste aspecto como pequeno e os que consideram moderado. Na pesquisa entre os árabes, por outro lado, a resposta mais comum é que o sucesso foi pequeno.


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Em pergunta aberta aos entrevistados, ou seja, sem dar opções, 8% não deram um nome para um futuro premiê, 4% disseram que gostariam de alguém novo e outros 4% responderam “qualquer um menos Bibi [como é conhecido Netanyahu]”.

Dos nomes mencionados pelos entrevistados, o preferido como possível escolha após a guerra foi o do líder de centro do partido Unidade Nacional, Gantz. Apesar da baixa porcentagem de Netanyahu, não há atualmente nenhum outro candidato à direita cujo apoio se aproxime ao dele: o ministro da Segurança Interna, Ben-Gvir, é preferido por 1,5%; o antigo chefe do Mossad Yossi Cohen teve 1%; já o ministro da Economia, Nir Barkat, angariou 0,7% e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, por apenas 0,5% dos entrevistados.

Depois de Gantz, outros da direita moderada e da centro-esquerda que foram nomeados como candidatos preferidos para primeiro-ministro após a guerra incluíam Naftali Bennett e Yair Lapid, com 6,5% e 6%, respectivamente, e atrás deles o ministro do governo de emergência e unidade nacional Gadi Eisenkot e o ex-membro do Knesset Yair Golan, cada um com 0,5%.

Segundo a agência de notícias Reuters, uma pesquisa de dezembro passado realizada pelo mesmo instituto revelou que 69% dos israelenses pensavam que as eleições deveriam ser realizadas assim que a guerra na Palestina terminasse.

A pesquisa revelou ainda que cerca de 2/3 (66%) dos israelenses não concordam que Israel precisa acatar as exigências dos Estados Unidos de reduzir os bombardeios em áreas populosas. 21% dos árabes israelenses se opõem.

Por outro lado, entre os eleitores do Likkud, cerca de 36% preferiria a continuidade de Benjamin Netanyahu como premiê

Governo de Israel

Apenas 1/4 dos entrevistados pensa que Netanyahu conseguirá manter coligação unida após guerra

Política interna israelense

O relatório aponta também as condições conjunturais internas do país. Segundo o documento, houve uma queda significativa de 6,5 pontos em relação ao otimismo sobre o futuro da segurança de Israel, e a um declínio moderado (dentro dos limites do erro estatístico, que é de ± 3,55%) em relação ao futuro do regime em Israel. 

O Instituto de Democracia de Israel presume que a queda no otimismo em relação à segurança interna tem relação com o elevado número de baixas das Forças de Defesa israelenses em Gaza e aos ataques do Hezbollah no norte. 

Uma segunda frente no norte

Quando questionados sobre o que Israel deveria fazer em resposta ao Hezbollah, metade dos israelenses opinaram a favor de uma segunda incursão militar ao norte contra o grupo libanês, e cerca de 1/3 pensa que isso deve ser evitado. 

Entre os judeus, a maioria apoia o ataque ao Hezbollah (57%), uma opinião compartilhada apenas por uma minoria de árabes (20%).

A pesquisa mostra que houve mais apoio para a abertura de uma segunda frente contra o Hezbollah entre os moradores do sul de Israel (70%) do que em outros lugares (Haifa, 51%; Tel Aviv e centro de Israel, 55%; Judéia e Samaria, 55%; norte de Israel, 59%; Jerusalém, 60%).

O órgão fez uma divisão dos entrevistados judeus por orientação política de esquerda, centro e direita. Nesta divisão, a pesquisa conclui que a maioria dos que estão na esquerda são a favor de evitar a abertura de uma nova frente no norte, enquanto a maioria dos que estão na direita apoiam desferir um duro golpe ao Hezbollah. No espectro político de centro, metade apoia o ataque ao Hezbollah e uma percentagem inferior pensa que Israel deveria abster-se de lançar outra frente.

Alcance dos objetivos de Israel até agora

Neste tópico da pesquisa, a resposta mais comum em relação à derrota do Hamas foi que houve um sucesso moderado até agora (36%), enquanto em relação à libertação dos reféns a resposta mais comum foi que a extensão do sucesso de Israel foi pequena ( 42%).

As diferenças de pontos de vista entre judeus e árabes são particularmente evidentes em relação ao objetivo de derrubar o Hamas. A porcentagem de entrevistados árabes que pensam que Israel está tendo sucesso neste objetivo é muito inferior à porcentagem equivalente de entrevistados judeus (14% e 29,5%, respectivamente). 

Na escalada das hostilidades, Netanyahu prometeu esmagar o Hamas após o ataque de 7 de outubro no sul de Israel. As Forças de Defesa de Israel devastaram grande parte de Gaza na sua ofensiva de retaliação de quase três meses. Até o momento, 22.438 palestinos morreram na Faixa de Gaza e ao menos 57.614 outros ficaram feridos, a maioria deles mulheres e crianças. 

Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, cerca de 7.000 estão desaparecidos e supostamente mortos sob os escombros de suas casas.

(*) O Índice de Voz Israelense de dezembro de 2023 foi preparado pelo Centro da Família Viterbi para Opinião Pública e Pesquisa de Políticas do Instituto de Democracia de Israel. A pesquisa foi realizada pela internet e por telefone entre 25 e 28 de dezembro de 2023, com 605 homens e mulheres entrevistados em hebraico e 151 em árabe, constituindo uma amostra nacionalmente representativa da população adulta em Israel com 18 anos ou mais. A margem de erro foi de ± 3,55% com nível de confiança de 95%. O trabalho de campo foi realizado pelo Dialogue Research and Polling Institute. O arquivo de dados completo pode ser encontrado na íntegra: https://dataisrael.idi.org.il.