O Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que há 2,2 milhões de palestinos na Faixa de Gaza, ou seja, toda a população do enclave palestino, que precisam “urgentemente” de ajuda humanitária para sobreviver, no contexto da ofensiva israelense que caminha para completar um ano no próximo 7 de outubro.
O PMA especificou que a ajuda humanitária necessária é referente a alimentos e outros itens essenciais para subsistência no enclave palestino, onde mais de 40 mil pessoas já foram mortas pelos ataques terrestres e aéreos de Israel.
O programa de ajuda alimentar destacou que nas últimas duas semanas, 21 dos seus pontos de distribuição de comida foram fechados diante das ordens de evacuação do exército israelense. De acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), 86% da Faixa de Gaza está sob ordem de evacuação.
A diretora regional do PMA, Corinne Fleischer, falou sobre a situação, ao declarar que o projeto “não trouxe” a quantidade de alimentos que planejava para o mês “porque não há pontos de travessia abertos o suficiente”. “Precisamos de todas as travessias abertas e com capacidade máxima”, instou.
Antes das violências do exército israelense no enclave palestino e durante os primeiros meses das ofensivas, até dezembro passado, o PMA dedicava-se a garantir entrada de alimentos na Faixa de Gaza. Agora, Fleischer explica que o programa tem uma operação dedicada dentro da região sitiada, para “evitar que a fome em larga escala aconteça”.
Para além da fome, a representante da ONU esclarece sobre a situação humanitária geral: “os moradores de Gaza não conseguem sair, e estão pedindo para sair. Eles estão mais do que exaustos. Não há espaço – uma tenda improvisada atrás da outra até o mar. As ruas estão cheias de pessoas”.
Fleischer também menciona a falta de saneamento básico e tratamento de esgoto, e a falta de água como os vetores para o surgimento de doenças anteriormente erradicadas, como hepatite e poliomielite – registrada em um bebê palestino como o primeiro caso em 25 anos.