As autoridades da Faixa de Gaza informaram nesta quarta-feira (29/01) que mais de meio milhão de palestinos voltaram para as províncias no norte do enclave nos últimos três dias, após o Exército de Israel autorizar o retorno de deslocados para suas casas, grande parte delas destruídas ao longo dos 15 meses de agressões do regime sionista.
“Isso ocorre após 470 dias de deslocamento forçado desde o início do genocídio cometido pelo exército de ocupação israelense na Faixa de Gaza”, disse o governo local.
Desde a última segunda-feira (27/01), multidões de palestinos percorreram as estradas de Al-Rashid e Salah al-Din para voltar aos seus lares na região norte, que concentra a maior parte da população local, sobretudo na Cidade de Gaza.
No entanto, de acordo com a emissora catari Al Jazeera, os palestinos estão se deparando com dificuldades ao chegar no norte do enclave, com a falta de água e comida no local. O veículo relatou residentes em “longas filas, esperando por um galão de água”, enquanto em outras áreas, as pessoas optam por realizar uma nova viagem para um distrito vizinho em busca do recurso.
“Algumas pessoas estão voltando para o centro de Gaza, dizendo que, embora tenham sido deslocadas para lá, pelo menos há um pouco de água disponível na área”, informou a Al Jazeera, retratando as condições desastrosas deixadas pelas forças israelenses na região norte.

Palestinos retornam aos seus lares no norte da Faixa de Gaza e se deparam com um cenário de destruição decorrente dos ataques israelenses ao longo de 15 meses de guerra
Com uma população estimada em 600 mil habitantes antes da guerra, a Cidade de Gaza foi devastada por bombardeios israelenses, e milhares de pessoas deslocadas estão encontrando apenas escombros nos lugares onde ficavam suas residências.
O retorno dos habitantes faz parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que entrou em vigor em 19 de janeiro e já resultou na libertação de sete reféns israelenses e de quase 300 reféns palestinos.