Forças militares de Israel cercam hospital na Cisjordânia
Centro médico Ibn Sina, na cidade de Jenin, recebeu ordem de evacuação, mas profissionais se recusam a sair; ao menos dois paramédicos foram presos
As Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) cercaram nesta sexta-feira (17/11) o hospital Ibn Sina, na cidade de Jenin, na Cisjordânia.
Segundo a agência de notícias palestina WAFA, os militares israelenses exigiram a evacuação imediata do complexo.
O reporte acrescenta que houve ataques contra ambulâncias que tentaram ingressar ao hospital. Ao menos dois paramédicos foram detidos durante essas ações.
O Ministério da Saúde do governo palestino da Cisjordânia – controlado pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) e não pelo Hamas – afirmou que a ação das IDF contra as ambulâncias afetou pessoas feridas que estavam sendo trasladadas ao hospital. O próprio ministro da pasta, Wissam Sbeihat, gravou um vídeo com apelo para que a comunidade internacional condenasse a ação contra o hospital Ibn Sina.
Las Fuerzas de Defensa de Israel cercaron el hospital Ibn Sina en la ciudad de Yenín, en Cisjordania. Se informó que exigieron la evacuación inmediata del complejo a través de altavoces, allanaron las ambulancias y arrestaron al menos a dos paramédicos pic.twitter.com/Sb1rYLyEWW
— Sepa Más (@Sepa_mass) November 17, 2023
Já o canal Al Jazeera informou que vários médicos se recusaram a cumprir as ordens dos militares israelenses, e que, horas, antes, três residentes de Jenin haviam sido mortos durante um ataque realizados por drones do Exército de Israel.
Ainda segundo o canal do Catar, as IDF também invadiram várias casas na cidade de Ni’lin e prenderam pelo menos 28 pessoas.

WAFA
Veículos blindados israelenses patrulham as ruas de Jenin, na Cisjordânia, nas imediações do hospital Ibn Sina
Através de um comunicado, a Meia Lua Vermelha, organização ligada à Cruz Vermelha Internacional que atua nos países de maioria islâmica, confirmou que suas equipas foram mantidas sob custódia dos militares israelenses durante mais de uma hora.
Al-Shifa
O ataque ao hospital Ibn Sina, na Cisjordânia, acontece dois dias depois do assalto das IDF ao maior hospital da Faixa de Gaza, o Al-Shifa.
Na ocasião, os militares israelenses alegaram ter estabelecido um corredor supostamente seguro para sair do complexo, porém, testemunhas asseguram que, pouco depois de aberto o corredor, eles abriram fogo contra os médicos e demais pessoas que tentavam sair.
Autoridades palestinas acusam Israel de cometer crimes de guerra em sua ação no hospital Al-Shifa e questiona fortemente a versão de Tel Aviv sobre a suposta utilização desse e de outros centros médicos por parte do grupo Hamas.
Uma reportagem do jornal norte-americano The Washington Post, publicada nesta q-feira (1/11) traz a declaração anônima de um diplomata europeu que relata uma intensa pressão dos aliados ocidentais de Israel para provar as repetidas alegações de que o Hamas utiliza os hospitais da Faixa de Gaza como esconderijo.
Com informações de WAFA, Al Jazeera e The Washington Post.