Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) denunciou nesta segunda-feira (24/03) a morte de Walid Khaled Abdullah Ahmed, cidadão brasileiro-palestino de 17 anos, que estava sob custódia de Israel desde 30 de setembro de 2024. Durante o período, o jovem não recebeu nenhuma acusação ou julgamento.

Segundo a entidade, o adolescente que nasceu em Silwad, na Cisjordânia, foi assassinado dentro da prisão de Megido, uma unidade carcerária israelense denunciada por organizações internacionais por práticas de tortura, incluindo choques elétricos, espancamentos, privação de alimentos e até ataques com cães. O tratamento degradante foi reconhecido inclusive pelo jornal israelense Haaretz.

Segundo o Middle East Eye, o Serviço Prisional Israelense veiculou um comunicado informando que “um detento de segurança de 17 anos da Cisjordânia morreu ontem [sábado 22/03] na Prisão de Megido”, sem sua identificação, detalhes ou circunstâncias da morte.

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O portal ainda explicou que o título “detento de segurança” é usado por Israel para prender palestinos “de forma arbitrária como tática de pressão para reprimir a dissidência”.

Reprodução/FEPAL
O brasileiro-palestino Walid Khaled Abdallah, de 17 anos, assassinado na prisão israelense de Meggido

A Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Detentos Palestinos e da Sociedade de Prisioneiros Palestinos publicaram uma declaração conjunta sobre o caso do jovem. Ao condenar a morte do adolescente, as organizações denunciaram “os níveis de brutalidade sem precedentes desde que a guerra de genocídio israelense começou em Gaza em outubro de 2023”.

Com o falecimento de Ahmed, o número de palestinos mortos sob custódia de Israel “devido a abusos sistemáticos dentro de centros de detenção” desde o início do conflito chega a 63, segundo a declaração.

“O número crescente de mortos entre os detidos provavelmente aumentará, já que milhares permanecem em prisões israelenses e são submetidos a abusos sistemáticos, incluindo tortura, fome, negligência médica, violência sexual e condições deliberadamente projetadas para causar doenças graves”, afirmou o texto.

Responsabilizando “totalmente” o governo de Israel pela morte do adolescente, as organizações ainda apelaram para que a comunidade internacional “tome medidas decisivas” contra os líderes de Tel Aviv por crimes de guerra, para impor sanções e isolar Israel internacionalmente.

(*) Com Brasil247 e informações de Middle East Eye e Qods News Agency