Domingo, 20 de julho de 2025
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A Fitch Ratings, uma das maiores agências de classificação de risco de crédito, voltou a dar uma perspectiva negativa ao cenário econômico de Israel. Nesta segunda-feira (12/08), o instituto rebaixou o país de A+ para A no âmbito do Nível de Inadimplência do Emissor (IDR, por sua sigla em inglês) de Longo Prazo em Moeda Estrangeira.

“O rebaixamento para ‘A’ reflete o impacto da continuidade da guerra em Gaza, riscos geopolíticos elevados e operações militares em várias frentes”, disse a Fitch.

A agência de crédito global também não descartou a possibilidade para um novo rebaixamento a Israel ao citar o aumento das tensões regionais que podem se transformar em uma guerra mais ampla após os assassinatos de Fuad Shukr, chefe do Hezbollah, em Beirute, e do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.

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“Em nossa opinião, o conflito em Gaza pode durar até 2025 e há riscos de se expandir para outras frentes. Além das perdas humanas, pode resultar em gastos militares adicionais significativos, destruição de infraestrutura e danos mais sustentados à atividade econômica e ao investimento, levando a uma maior deterioração das métricas de crédito de Israel”, explicou.

A Fitch projeta um déficit orçamentário de 7,8% do PIB em 2024 e acredita que o índice pode ser reduzido para 4,6% em 2025 devido a uma possível redução com gastos militares e crescimento da receita. No entanto, os números podem aumentar se as operações israelenses perdurarem.

Em paralelo, a expectativa é de que a dívida em relação ao PIB de Israel aumente para 70% em 2024 e 72% em 2025, o que superaria o pico da pandemia de 71% em 2020.

Além da guerra, a Fitch avalia que outros fatores também impulsionam o rebaixamento de classificação, incluindo a “fragmentação política, a política de coalizão e os imperativos militares” do país que põem em risco novas medidas de consolidação fiscal.

Wikimedia Commons/Ynhockey
A Fitch Ratings, uma das maiores agências de classificação de risco de crédito, rebaixou Israel de A+ para A no âmbito do Nível de Inadimplência do Emissor (IDR, por sua sigla em inglês) de Longo Prazo em Moeda Estrangeira mencionando o agravamento da situação geopolítica em meio à continuidade guerra na Faixa de Gaza

Governo de Israel alega ‘estar bem’

Após a divulgação da Fitch, o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu defendeu que a economia do Estado “é forte e está funcionando bem”, sustentando que a redução da classificação “é resultado de Israel ter que lidar com uma guerra em várias frentes que foi forçada a ele”. 

Já o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, minimizou o rebaixamento e classificou a situação como “natural” em meio à uma guerra que “já dura quase um ano”.

“O Estado de Israel está no meio de uma guerra existencial, a mais longa e mais cara da sua história […] Venceremos a guerra em todas as frentes, restauraremos a segurança e elevaremos a economia de uma guerra para uma trajetória de crescimento. Aprovaremos um orçamento responsável que continuará apoiando todas as necessidades da guerra na frente e na retaguarda até à vitória, mantendo ao mesmo tempo os quadros fiscais e promovendo motores de crescimento. Muito rapidamente, a classificação de crédito também aumentará novamente”, disse Smotrich, em rede social.

Vale lembrar que a Fitch é a terceira agência de crédito global a rebaixar a classificação de Israel desde 7 de outubro de 2023, juntando-se à S&P e à Moody’s.