A Fitch Ratings, uma das maiores agências de classificação de risco de crédito, voltou a dar uma perspectiva negativa ao cenário econômico de Israel. Nesta segunda-feira (12/08), o instituto rebaixou o país de A+ para A no âmbito do Nível de Inadimplência do Emissor (IDR, por sua sigla em inglês) de Longo Prazo em Moeda Estrangeira.
“O rebaixamento para ‘A’ reflete o impacto da continuidade da guerra em Gaza, riscos geopolíticos elevados e operações militares em várias frentes”, disse a Fitch.
A agência de crédito global também não descartou a possibilidade para um novo rebaixamento a Israel ao citar o aumento das tensões regionais que podem se transformar em uma guerra mais ampla após os assassinatos de Fuad Shukr, chefe do Hezbollah, em Beirute, e do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.
“Em nossa opinião, o conflito em Gaza pode durar até 2025 e há riscos de se expandir para outras frentes. Além das perdas humanas, pode resultar em gastos militares adicionais significativos, destruição de infraestrutura e danos mais sustentados à atividade econômica e ao investimento, levando a uma maior deterioração das métricas de crédito de Israel”, explicou.
A Fitch projeta um déficit orçamentário de 7,8% do PIB em 2024 e acredita que o índice pode ser reduzido para 4,6% em 2025 devido a uma possível redução com gastos militares e crescimento da receita. No entanto, os números podem aumentar se as operações israelenses perdurarem.
Em paralelo, a expectativa é de que a dívida em relação ao PIB de Israel aumente para 70% em 2024 e 72% em 2025, o que superaria o pico da pandemia de 71% em 2020.
Além da guerra, a Fitch avalia que outros fatores também impulsionam o rebaixamento de classificação, incluindo a “fragmentação política, a política de coalizão e os imperativos militares” do país que põem em risco novas medidas de consolidação fiscal.
Governo de Israel alega ‘estar bem’
Após a divulgação da Fitch, o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu defendeu que a economia do Estado “é forte e está funcionando bem”, sustentando que a redução da classificação “é resultado de Israel ter que lidar com uma guerra em várias frentes que foi forçada a ele”.
הכלכלה הישראלית איתנה ומתפקדת היטב. הורדת הדירוג הינה תולדה של התמודדות ישראל עם מלחמה רב-זירתית שנכפתה עליה.
הדירוג יעלה שוב כשננצח – ואנו אכן ננצח.
— ראש ממשלת ישראל (@IsraeliPM_heb) August 13, 2024
Já o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, minimizou o rebaixamento e classificou a situação como “natural” em meio à uma guerra que “já dura quase um ano”.
“O Estado de Israel está no meio de uma guerra existencial, a mais longa e mais cara da sua história […] Venceremos a guerra em todas as frentes, restauraremos a segurança e elevaremos a economia de uma guerra para uma trajetória de crescimento. Aprovaremos um orçamento responsável que continuará apoiando todas as necessidades da guerra na frente e na retaguarda até à vitória, mantendo ao mesmo tempo os quadros fiscais e promovendo motores de crescimento. Muito rapidamente, a classificação de crédito também aumentará novamente”, disse Smotrich, em rede social.
*שר האוצר בצלאל סמוטריץ’ בתגובה להורדת הדירוג ע״י חברת פיץ’:*
מדינת ישראל נמצאת בעיצומה של מלחמת קיום, הארוכה ביותר והיקרה ביותר בתולדותיה. מלחמה שמנוהלת במספר חזיתות במקביל ונמשכת כבר כמעט שנה. הורדת הדירוג בעקבות המלחמה והסיכונים הגיאופוליטיים שהיא מייצרת היא טבעית.
כלכלת…
— בצלאל סמוטריץ’ (@bezalelsm) August 12, 2024
Vale lembrar que a Fitch é a terceira agência de crédito global a rebaixar a classificação de Israel desde 7 de outubro de 2023, juntando-se à S&P e à Moody’s.