Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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Um estudante do Departamento de Inglês e Literatura Comparada da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, relatou ter sido expulso da faculdade por fazer parte dos protestos pró-Palestina do campus.

Grant Miner, que também era presidente dos Student Workers of Columbia, o sindicato dos estudantes que trabalham na universidade, contou que a expulsão também acarretou em sua demissão.

“Na semana passada, fui expulso da Columbia por protestar contra o genocídio apoiado pelos EUA em Gaza. O governo Trump está promovendo sua narrativa. Aqui está a história real”, contou por meio da rede social X.

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Miner relatou que como ele, “milhares de estudantes em todo o país têm exercido seus direitos da Primeira Emenda para se opor ao genocídio”. O texto constitucional protege a liberdade de expressão, imprensa, religião e reunião.

“Se posicionar contra o genocídio não é apenas um imperativo moral — é um ato de antirracismo e solidariedade”, defendeu o estudante. Mas a resposta da Columbia tem sido: “expulsões, suspensões e retaliações”.

ColumbiaSJP/X
Miner denunciou que governo Trump enviou Departamento de Justiça para reprimir alunos e sequestrou Mahmoud Khali

“Eles enviaram o Departamento de Justiça para reprimir universidades, sequestraram Mahmoud Khalil e outros estudantes, e estão tentando nos silenciar com medo”, denunciou.

Para reprimir as manifestações pró-Palestina, a Universidade de Columbia convocou a polícia de Nova Iorque (NYPD) e o Departamento de Segurança Interna para “aterrorizar os alunos em seus próprios dormitórios”.

Ao detalhar as ações coercitivas do governo de Donald Trump, que envolveram o corte de financiamento em mais de U$400 milhões (cerca de R$2 bilhões), Miner rebate o discurso da administração republicana de que o movimento estudantil pró-Palestina é “antissemita e violento”.

“Sou judeu, trabalho nos estudos judaicos e não estou sozinho na oposição ao genocídio em andamento. O povo judeu sabe o que é genocídio. É por isso que muitos de nós, ao lado de pessoas de todas as origens, estamos nos levantando contra o que está acontecendo na Palestina”, defendeu.

Segundo Miner, como presidente do sindicato tinha “uma responsabilidade ainda maior” de se alinhar às manifestações e “ficar ao lado dos seus membros que foram espancados pela polícia apenas por protestar”. “Em seus momentos de maior orgulho, o movimento trabalhista se manteve firme ao lado dos oprimidos e, portanto, ao lado da justiça”.

“Nosso sindicato está aqui para defender os trabalhadores estudantes, e não vamos tolerar essa repressão flagrante da Columbia e de Trump. A repressão já falhou. Na semana passada, protestos massivos aconteceram todos os dias. Estamos nos organizando. Estamos revidando. Este movimento não vai a lugar nenhum. Libertem Mahmoud Khalil! Reintegrem todos os estudantes e trabalhadores. E como sempre, Palestina Livre”, concluiu o estudante em sua denúncia.