Annie Ernaux, Ian McEwan e mais escritores denunciam genocídio de Israel em Gaza
Quase 700 nomes da literatura mundial assinaram cartas públicas defendendo resistência palestina e exigindo sanções contra regime sionista
Cerca de 700 escritores e intelectuais europeus, incluindo 380 britânicos e irlandeses, e 300 francófonos, uniram-se para publicar cartas na terça-feira (27/05) condenando o genocídio em curso cometido pelo governo de Israel na Faixa de Gaza.
Entre os signatários britânicos, estão nomes de destaque da literatura, como Ian McEwan, Hanif Kureishi, Zadie Smith, Ian Kershaw e Irvine Welsh. No documento, os autores destacam a urgência de um cessar-fogo imediato, a libertação de prisioneiros israelenses detidos pelo Hamas, assim como a soltura de reféns palestinos “arbitrariamente detidos” por Tel Aviv, e a entrada irrestrita de ajuda humanitária em Gaza.
Já na França, centenas de escritores da língua local, que incluem nomes como Annie Ernaux, Jean-Marie Gustave Le Clézio, Hervé Le Tellier e Jérôme Ferrari, publicaram uma carta parecida no jornal Libération, criticando o genocídio contra os palestinos, além de exigir a imposição de sanções contra Israel.
O documento britânico ressalta que “o termo ‘genocídio’ não é um slogan. Envolve responsabilidades legais, políticas e morais […] é verdade chamar o ataque ao povo de Gaza de genocídio hediondo, no qual as Forças de Defesa de Israel cometem crimes de guerra e crimes contra a humanidade diariamente. sob as ordens do Governo do Estado de Israel”.
Os autores mencionam organizações humanitárias como a Anistia Internacional, Médicos Sem Fronteiras, Human Rights Watch, a Federação Internacional de Direitos Humanos e o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para enfatizar que o crime cometido por Israel é identificado como “genocídio”.

IRNA
O documento também aponta para declarações públicas realizadas por membros do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, como os ministros das Finanças, Bezalel Smotrich, e da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ao afirmar que os políticos sionistas “expressam intenções genocidas”.
“E mostramos nossa solidariedade com a resistência de palestinos, judeus ou israelenses às políticas genocidas do atual governo de Israel”, afirma a carta. “Pedimos às pessoas que se juntem ao nosso apelo por compaixão, razão e meditação. Pelos quase 54.000 habitantes de Gaza mortos e pelos sobreviventes, famintos, feridos e com cicatrizes pelo resto de suas vidas”
“Mais do que nunca, vamos exigir a imposição de sanções ao Estado de Israel, vamos exigir um cessar-fogo imediato – que garanta segurança e justiça para os palestinos, a libertação de reféns israelenses, a libertação de milhares de prisioneiros palestinos detidos arbitrariamente em prisões israelenses e o fim imediato deste genocídio”, acrescentam os signatários.
