Após a confirmação do primeiro caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta segunda-feira (26/08) a intensificação de vacinas contra a doença que causa paralisia dos membros inferiores, no enclave palestino.
Assim, o fundo da ONU para Infância, Unicef, anunciou que está levando 1,2 milhão de doses da vacina contra a poliomielite tipo 2 para Faixa de Gaza.
A agência afirmou que está trabalhando com a Organização Mundial da Saúde, OMS, e a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) para vacinar mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos de idade.
Polio vaccines arrived in #Gaza today.@UNRWA, @UNICEF, @WHO, and partners stand ready to vaccinate 640,000 children, but we need a humanitarian pause.
“Delaying a humanitarian pause will increase the risk of spread among children” – @UNLazzarini https://t.co/IRklS0b9on
— UNRWA (@UNRWA) August 26, 2024
A campanha de vacinação tem o objetivo de prevenir o alto risco de disseminação da doença no enclave, que vive uma crise sanitária provocada pela ofensiva israelense desde 7 de outubro. Um exemplo da situação é a falta de acesso à água potável.
Segundo a agência, devido às operações militares em andamento em Deir Al-Balah, apenas três dos 18 poços de água estão operacionais, resultando em um déficit de água de 85%.
Interrupção de ajuda humanitária
Em declaração à agência britânica de notícias Reuters, um funcionário da ONU em condição de anonimato declarou que a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza foi interrompida após Israel emitir novas ordens de evacuação para Deir Al-Balah, no centro do enclave palestino.
“Não podemos entregar hoje com as condições em que estamos”, declarou o oficial. A decisão é tomada depois de Israel provocar um clamor dos palestinos e das autoridades de assistência sobre a redução das zonas humanitárias e a ausência de áreas seguras.
Segundo ele, nenhum funcionário da ONU sairá de Gaza “porque as pessoas precisam de nós lá”. “Estamos tentando equilibrar a necessidade da população com a necessidade de segurança do pessoal da ONU”, acrescentou.
O funcionário da organização ressaltou que, desde o início da guerra entre Israel e o grupo Hamas, em outubro, a ONU teve que “adiar ou interromper” as suas operações diversas vezes, “mas nunca ao ponto de dizer concretamente que já não podemos fazer nada”, como acontece agora.
No entanto, ele garantiu que as Nações Unidas pretendem retomar a atividade o mais rapidamente possível. “O desafio é encontrar um lugar onde possamos reiniciar e operar efetivamente”, acrescentou o oficial, destacando que “o espaço para operar está sendo restringido mais e mais do que nunca”.
De acordo com dados do município de Deir Al-Balah, as ordens de retirada israelenses já deslocaram 250 mil cidadãos até o momento.
(*) Com Ansa e ONU News