O Hezbollah, apoiado pelo Irã, lançou cerca de 55 foguetes do tipo Katyusha neste sábado (17/08) contra o norte de Israel em resposta a um ataque aéreo coordenado por Tel Aviv durante a noite, no sul do Líbano, que resultou na morte de pelo menos 10 pessoas, incluindo duas crianças, e feriu outras cinco.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) alegam que a ofensiva a Nabatieh, no dia anterior, considerada uma das mais mortíferas contra o grupo libanês, teve como objetivo atingir um depósito de armas. No entanto, segundo a agência de notícias libanesa ANI, as tropas israelenses atingiram uma “fábrica de blocos de concreto”.
“Esta é uma instalação 100% civil”, garantiu o proprietário da fábrica, Hussain Tohmaz, à AFPTV.
Em comunicado, o Hezbollah reivindicou a autoria da contraofensiva deste sábado ao confirmar ter “disparado salvas de foguetes Katyusha contra Ayelet HaShahar em resposta aos ataques do inimigo israelense, em particular ao que custou a vida de civis sírios”. Os mortos eram refugiados e funcionários sírios e incluíam “o guarda da fábrica, sua esposa e filhos”.
Segundo o Exército israelense, a resposta do grupo libanês não deixou vítimas, mas “surgiram focos de incêndios na área”.
Já de acordo com o jornal The Times of Israel, em um incidente separado mais cedo neste sábado, dois soldados das IDF teriam ficado feridos por um ataque de drones reivindicado pelo Hezbollah contra uma posição militar perto da comunidade de Misgav Am, na fronteira norte do país.
Focos de incêndio no norte de Israel após contraofensiva do Hezbollah, que foi alvo de ataques liderados por Tel Aviv na sexta-feira (16/08)
Tensões crescentes
Os ataques ocorrem em meio ao aumento de tensões entre o Hezbollah e Israel após a morte, em 30 de julho, do chefe do grupo libanês, Fuad Shukr, assassinado pelas forças israelenses em Beirute. Logo no dia seguinte, a autoridade máxima do Hamas, Ismaïl Haniyeh, foi morto no Irã em um atentado atribuído a Tel Aviv.
Teerã e o Hezbollah ameaçaram Israel com represálias, aumentando o receio de uma escalada militar regional que a diplomacia internacional está tentando evitar, redobrando os esforços para um cessar-fogo em Gaza.
(*) Com RFI
