O principal assessor da presidência norte-americana, Amos Hochstein, se reuniu com o presidente israelense, Isaac Herzog, nesta segunda-feira (17/06) para discutir estratégias numa tentativa de evitar uma nova escalada de conflito entre Israel e o movimento libanês, Hezbollah.
De acordo com o governo de Tel Aviv, os dois discutiram “a necessidade urgente de restaurar a segurança na fronteira norte [de Israel] e aos moradores em suas casas”.
O jornal The Times of Israel relatou que na avaliação de Herzog, facilitar a libertação de civis mantidos reféns pelo Hamas, na Faixa de Gaza, é “a chave” para resolver o conflito.
O veículo afirma que a nação expressou “abertura para uma solução diplomática para o conflito”, mas que é capaz de lançar “uma guerra total contra o Hezbollah para restaurar a segurança no norte” se um acordo não for alcançado.
Já num encontro programado com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, o Ministério da Defesa local comunicou que ambos os representantes “discutiram longamente a situação de segurança e seu impacto na região”.
Hochstein também chegou a se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas seu gabinete não divulgou o conteúdo da conversa.
Segundo o The Times of Israel, o premiê esteve acompanhado pelo conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, pelo chefe de gabinete, Tzachi Braverman, pelo secretário militar, Roman Gofman, e pelo conselheiro político, Ophir Falk.
Escalada de tensões
Na semana passada, o veículo norte-americano CBS News informou que as autoridades dos Estados Unidos estavam cada vez mais preocupadas com a possibilidade de uma “guerra total” eclodir na região, diante do crescente confronto bélico entre Hezbollah e Tel Aviv, iniciados em outubro quando as forças israelenses passaram a intensificar suas agressões contra os palestinos na Faixa de Gaza.
No domingo (16/06), o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Daniel Hagari, alertou que há possibilidade de que a situação atual desencadeie uma escalada grave.
“A crescente agressão do Hezbollah está nos levando à beira do que poderia ser uma escalada mais ampla, que poderia ter consequências devastadoras para o Líbano e toda a região”, disse, por meio de comunicado em vídeo.
A coordenadora especial das Nações Unidas (ONU) para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, e o chefe das forças de paz da ONU no Líbano, Aroldo Lazaro, manifestaram-se “profundamente preocupados” com o cenário ao longo da fronteira com o Líbano.
Por sua vez, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou na semana passada que Paris, Washington e Tel Aviv formariam uma aliança em uma proposta “trilateral” para tentar atenuar as tensões entre ambas as partes do conflito.
Alinhado ao Irã, o Hezbollah e Israel têm estado em confronto bélico nos últimos oito meses e, mais recentemente, as agressões entre ambas as partes têm se intensificado à medida que as forças israelenses atacam todas as regiões de Gaza.
Vale lembrar que em 24 de maio, o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, havia alertado o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que a resistência do Líbano realizaria “mais surpresas” contra as forças israelenses caso não cessassem suas agressões na fronteira libanesa-israelense e continuassem negando o fim dos ataques na Faixa de Gaza.