Ataque de Israel mata 80 pessoas em Gaza, entre dezenas de mulheres e crianças

Dezenas de mulheres e crianças foram mortas nesta quarta-feira (14/05), em uma escalada de bombardeios de Israel sobre Gaza. Segundo as autoridades médicas, que estão no local, 80 pessoas foram mortas nesta manhã.

As bombas foram lançadas no norte de Gaza, incluindo o campo de refugiados de Jabalia, matando 50 pessoas. Os ataques também ocorram no sul, atingindo o Hospital Europeu, em Khan Younis.

Os ataques acontecem no momento em que uma delegação israelense se encontra em Doha para dar sequência às negociações indiretas de cessar-fogo, com mediação do Catar, Egito e Estados Unidos.

E após o Hamas libertar o refém israelense-americano Edan Alexander nesta segunda-feira (12/05). Em comunicado, a organização afirmou estar pronta “para iniciar imediatamente negociações para chegar a um acordo abrangente para um cessar-fogo duradouro”.

Após o ataque, o Hamas disse que bombardear casas palestinas e cometer “massacres” não “traria nenhuma forma de vitória a Netanyahu”.

Casas e hospitais

Segundo o correspondente da Al Jazeera, Tareq Abu Azzoum, o alvo dos ataques são, principalmente, “casas residenciais para forçar as famílias a deixarem essas áreas e se mudarem para viver em tendas improvisadas, o que facilitará quaisquer planos para deslocá-las do norte de Gaza”.

“Esta tem sido uma realidade muito dramática e ressalta a gravidade do custo humanitário que crianças e famílias deslocadas no norte de Gaza têm suportado ao longo da semana passada”, acrescentou.

Mais de 52.900 palestinos, em sua grande maioria mulheres e crianças, foram mortos desde outubro de 2023. A população palestina, de cerca de 2,3 milhões pessoas, está à beira da fome, alertam várias entidades  e organizações humanitárias.

Denúncia

Segundo informe das Nações Unidas, publicado na última sexta-feira (09/05), com o cerco de 2 de março, “os suprimentos humanitários básicos, incluindo alimentos, combustível, assistência médica e vacinas para crianças, estão se esgotando rapidamente”.

“Os pacotes de farinha e alimentos da UNRWA acabaram e mais de um terço dos suprimentos médicos essenciais já estão esgotados. Isso está tendo um impacto devastador na população, particularmente em grupos vulneráveis, incluindo crianças, mulheres e idosos”.

A denúncia da catástrofe humanitária ganhou impulso nesta semana, quando 380 personalidades do mundo do cinema, entre elas Raph Fiennes, Susan Sarandon, Pedro Almodovar, publicaram, às vésperas do Festival de Cannes, uma carta em repúdio aos ataques e ao silêncio da indústria cinematográfica.