Ao menos 25 pessoas foram mortas e 50 ficaram feridas na sexta-feira (21/06) num ataque israelense direcionado a um campo de refugiados em Al-Mawasi, no sul da Faixa de Gaza, perto da cidade de Rafah, de acordo com as agências humanitárias e autoridades sanitárias do local.
Uma reportagem do jornal The New York Times publicada neste sábado (22/06) relatou que Al-Mawasi é uma zona classificada pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) como “segura”, já que ela passou a abrigar aqueles que fogem dos combates em Rafah.
Segundo a matéria, os militares israelenses afirmaram em seu inquérito inicial sobre não ter mostrado “nenhuma indicação” de possível ofensiva no local. No entanto, imagens registradas “deixaram claro que houve”, de fato, um ataque.
Em rede social, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que o bombardeio “provocou uma afluência massiva de vítimas ao hospital de campanha da Cruz Vermelha” e detalhou que seus voluntários contabilizaram 22 mortos e 45 feridos no ataque. Posteriormente, o Ministério da Saúde de Gaza informou que 25 pessoas morreram e 50 ficaram feridas.
Segundo Marwan Al-Homs, coordenador do hospital de campanha da Cruz Vermelha, a maioria das vítimas desse ataque foram mulheres e crianças, bem como alguns homens jovens.
A Cruz Vermelha também afirmou que os projéteis caíram a poucos metros do seu escritório e perto das residências situadas em Al-Mawasi, “cercada por centenas de pessoas deslocadas que viviam em tendas”. A organização classificou o bombardeio como um “grave incidente de segurança”.
A cidade de Rafah, que faz fronteira com o Egito e já foi considerada o “último abrigo humanitário” dos palestinos, tem sido alvo principal da campanha militar do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desde o início de maio, sob a alegação da existência de militantes do Hamas.
Com a intensificação das operações de Tel Aviv em Gaza, em 7 de outubro de 2023, um milhão de pessoas deslocadas de outras partes do enclave se concentraram na região. Porém, atualmente, elas se encontram novamente fugindo dos ataques de Israel. Muitos palestinos foram para Al-Mawasi, onde grupos de ajuda humanitária afirmaram ter restado condições de abrigo, saneamento, água e alimentos.
Os bombardeios continuam ainda neste sábado. A emissora catari Al Jazeera informou hoje que pelo menos 42 pessoas foram mortas por uma nova ofensiva israelense ao bairro de Tuffah, na cidade de Gaza, e ao campo de refugiados de Shati, onde palestinos deslocados do norte do território foram instruídos a buscar refúgio.