O centro de Tel Aviv, em Israel, foi bombardeado nesta sexta-feira (19/07) por uma ação reivindicada pelos houthis do Iêmen em resposta à continuidade das operações israelenses na Faixa de Gaza. A explosão resultou em uma morto, pelo menos oito feridos e danos materiais.
De acordo com fontes locais e de segurança, a explosão, que foi causada por um “drone suicida”, ocorreu antes das 4h da manhã (horário local) contra um prédio em Tel Aviv, a cerca de 150 metros do consulado dos Estados Unidos na cidade. Horas depois, um porta-voz da embaixada norte-americana em Israel confirmou que o escritório não sofreu danos.
“A Força Aérea das Forças Armadas do Iêmen realizou uma operação militar qualitativa, que consistiu em atingir um dos alvos importantes na região ocupada de Jaffa, a chamada israelense Tel Aviv”, disse o tenente-general e porta-voz militar do Exército do Iêmen, Yahya Sari, num primeiro momento, embora não tenha fornecido mais detalhes.
Pouco depois, Sari confirmou publicamente que “a operação específica, cujos detalhes serão anunciados, teve como alvo Tel Aviv, na Palestina ocupada”.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) acreditam que o drone em questão era uma versão melhorada do chamado Samad-3, projetado pelo Irã com alcance de voo estendido.
“O Irã apoia, financia e elogia seus agentes na região, de Gaza à Judeia e Samaria, até o Líbano e o Iêmen”, disse o porta-voz militar israelense Daniel Hagari, referindo-se à Cisjordânia ocupada com seu nome bíblico.
Hamas aprecia ataque: ‘direito legítimo’
Em comunicado, o Hamas declarou que seus membros “apreciam e elogiam muito” o ataque de drone a Tel Aviv liderado pelos houthis do Iêmen, que teve como alvo as profundezas do “símbolo de orgulho” de Israel.
Segundo o grupo palestino, essas ofensivas são “um direito legítimo da resistência de nossa nação e de seu povo” para enfrentar a crescente ocupação israelense no território palestino.
Em seu texto, o Hamas também agradeceu à Resistência Islâmica no Iraque – grupo que no início desta semana lançou uma operação conjunta com os houthis – e ao grupo libanês Hezbollah, afirmando que “aprecia seus sacrifícios”.
A explosão ocorre no contexto em que as forças israelenses travam uma guerra na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023. As operações militares no enclave resultam, atualmente, na morte de quase 39 mil civis palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde local. No entanto, recentemente a revista médica britânica The Lancet revelou que o número total de fatalidades causadas pelo conflito pode chegar a 186 mil.
Desde novembro passado, o Iêmen realiza operações militares contra alvos israelenses nos territórios palestinos ocupados, incluindo ofensivas a navios ligados a Israel ou que se dirigem a portos israelenses em águas adjacentes, como o Mar Vermelho, o Oceano Índico e o Estreito de Bab el-Mandeb.
As ações são realizadas em apoio ao povo palestino e ao grupo de resistência Hamas, assim como em resposta às hostilidades lideradas pelas autoridades de Tel Aviv em Gaza.
(*) Com Telesur