Ataques de Israel matam 26 palestinos em Gaza nesta manhã
Presidente do Conselho Europeu classificou crise humanitária no enclave como 'catastrófica'
Desde o amanhecer desta sexta-feira (27/06), 26 mortes de palestinos foram registradas na Faixa de Gaza após ataques israelenses. Fontes hospitalares informaram à emissora catari Al Jazeera que ao menos mais 72 pessoas foram mortas em ataques israelenses no território nas últimas 24 horas.
Seis vítimas foram assassinadas pelas forças sionistas nas proximidades de um centro de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), organização apoiada pelos Estados Unidos e por Israel, localizado ao norte de Rafah. Outras oito pessoas morreram no bairro de Tuffah, na cidade de Gaza. Um centro de abrigo para palestinos em al-Mawasi, no sul do território, também foi bombardeado, resultando em duas mortes.
Pelo menos três palestinos foram mortos em bombardeios nos bairros de Bani Suheila e Sheikh Nasser, na região leste de Khan Younis. Em um ataque aéreo separado, realizado por forças israelenses na cidade de Al-Qarara, ao norte de Khan Younis, outra pessoa também foi morta.
Segundo o Gabinete de Imprensa do governo de Gaza, pelo menos 549 palestinos foram mortos pelas forças do governo de Benjamin Netanyahu enquanto tentavam acessar suprimentos humanitários nas últimas quatro semanas. Outras 4.066 pessoas ficaram feridas em ou nas proximidades dos pontos de distribuição da GHF.
A ocupação israelense já causou a morte de pelo menos 56.259 pessoas e 132.458 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Também é estimado que, nos ataques de 7 de outubro, 1.139 pessoas foram mortas em Israel, e mais de 200 foram feitas reféns.

Além de bairros residenciais palestinos, centros de ajuda humanitária viram alvos de ataques israelenses
X/UNRWA
Violações de direitos humanos
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, classificou a crise humanitária em Gaza como “catastrófica” e denunciou as contínuas violações dos direitos humanos durante a cúpula de alto nível realizada na quinta-feira (27/06), em Bruxelas.
“Os direitos humanos estão sendo violados. A revisão do cumprimento por Israel do nosso acordo de associação conjunta confirmou que esta é uma situação inaceitável”, afirmou Costa. Segundo ele, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) irão deliberar sobre os próximos passos. O líder reforçou ainda a necessidade de um “diálogo sincero” com Israel.
O serviço diplomático da UE também apontou que Israel está descumprindo compromissos fundamentais. “Há indícios de que Israel estaria violando suas obrigações de direitos humanos sob o Artigo 2 do Acordo de Associação UE-Israel”, afirmou o Serviço Europeu para a Ação Externa, conforme noticiado pelo jornal libanês Al Mayadeen.