Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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Cerca de 40 sobreviventes do Holocausto, junto com seus familiares, assinaram uma carta denunciando a polícia do Reino Unido por chamar Stephen Kapos, de 87 anos, também sobrevivente do processo de genocídio nazista, para interrogatório nesta sexta-feira (21/03). As autoridades britânicas exigem explicações ao militante de nacionalidade húngara referente à participação de um protesto pró-Palestina ocorrido em 18 de janeiro, em Londres. Na ocasião, a manifestação contra o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza, foi reprimida pelas autoridades britânicas e resultou na prisão de 70 pessoas.

No início de março, a polícia britânica entregou cartas a diversos ativistas proeminentes, chamando-os para serem interrogados sobre seus supostos papéis na marcha de 18 de janeiro. Na lista, além de Kapos, que tem regularmente participado de marchas pró-Palestina desde 7 de outubro de 2023, constam figuras como o ator Khalid Abdalla e oficiais da ‘Stop the War Coalition’ (“Coalizão Pare a Guerra”, na tradução em português), a ‘Campaign for Nuclear Disarmament’ (‘Campanha para o Desarmamento Nuclear’) e o grupo ‘Friends of al-Aqsa’ (“Amigos de al-Aqsa”).

“Qualquer repressão ao direito de protestar já é ruim o suficiente, mas perseguir um judeu de 87 anos cujas experiências no Holocausto o obrigam a falar contra o genocídio de Gaza é bastante terrível”, escreveram os signatários.

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No protesto de 18 de janeiro, as autoridades do Reino Unido acusaram os manifestantes que defendiam a causa palestina de romperem uma barreira policial entre Whitehall e Trafalgar Square. A alegação foi contestada pelos organizadores do protesto.

Em comunicado publicado em 3 de março, a Stop the War Coalition criticou a postura da polícia em restringir o direito ao protesto público e “silenciar” o movimento de solidariedade à Palestina. Denunciou ainda que a repressão “certamente veio como resultado da pressão política de apoiadores das políticas pró-genocídio de Israel”.

“Todos aqueles que receberam as cartas estavam simplesmente carregando flores para colocar em homenagem às dezenas de milhares de civis, a maioria mulheres e crianças, massacrados por Israel desde outubro de 2023”, enfatizou o grupo, explicando que se tratou de uma marcha pacífica.