Barcelona rompe com Israel: ‘respeito ao direito humanitário em Gaza’
Conselho da cidade espanhola impede colaboração com empresas pró-israelenses e atracamento de barcos com armas que vão para Tel Aviv no porto do município
A cidade de Barcelona, na Espanha, rompeu nesta sexta-feira (30/05) as relações institucionais com o governo de Israel, sob administração do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, “até que o respeito ao direito internacional e humanitário sejam restaurados” na Faixa de Gaza.
A decisão, aprovada pelo Conselho Municipal de Barcelona, que exige “garantias ao respeito e direitos fundamentais do povo palestinos” inclui a suspensão do acordo de amizade com Tel Aviv, estabelecido em setembro de 1998.
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Na prática, o texto aprovado inclui uma série de cláusulas contratuais que visam impedir a administração municipal de colaborar com empresas pró-Israel. Ao mesmo tempo, recomenda à maior organização de feiras comerciais da Europa, a Fira de Barcelona, a não hospedar “nenhum pavilhão de Israel” em seus eventos.
Também há uma indicação ao Porto de Barcelona, que não deve permitir que navios transportando armas com destino a Tel Aviv atraquem no local.

Unfpa/Media Clinic
“O nível de sofrimento e morte que Gaza vivenciou no último um ano e meio, bem como os repetidos ataques do governo israelense nas últimas semanas, tornam qualquer relacionamento impraticável”, declarou o prefeito de Barcelona, Jaume Collboni.
Segundo o jornal espanhol El País, a decisão foi possível após um acordo entre duas forças políticas na Câmara, o Partido dos Socialistas da Catalunha e a coligação Barcelona em Comum.
A iniciativa condena a guerra de Israel na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 54 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde palestino, o bloqueio à ajuda humanitária no enclave, a expansão das colônias israelenses na Cisjordânia e a anexação dos territórios palestinos por Israel.
A rejeição de Barcelona perante a ofensiva militar israelense no enclave palestino não é de hoje. Sob a prefeitura de Ada Colau (2015-2023), o município já havia rompido relações com Tel Aviv. A decisão foi revertida por Collboni em setembro de 2023, três meses após ocupar o cargo. Mas agora, a administração retomou a decisão.
(*) Com Ansa e informações de El País
