(*) Atualizada em 25 de julho, às 18h32
Familiares dos reféns americanos-israelenses detidos na Faixa de Gaza se reuniram nesta quinta-feira (25/07) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após ambas as autoridades terem discutido sobre questões envolvendo o acordo de cessar-fogo, em um encontro privado.
De acordo com o jornal The Times of Israel, o pai do refém Itay Chen, Ruby, relatou à imprensa posicionada na Casa Branca que o mandatário norte-americano deu às famílias “a esperança de que algo aconteça nos próximos dias”. Conforme os familiares que participaram do encontro, Israel apresentará uma proposta de acordo atualizada ao Hamas “nos próximos dias”.
“Como resultado das conversas entre os líderes e suas equipes [antes de encontrá-los], eles estão trabalhando conforme sugerimos para elaborar uma proposta israelense atualizada que será enviada de volta ao Hamas. Está tudo dentro da estrutura desse acordo proposto em três etapas que o presidente anunciou no final de maio”, disse o pai de Sagui Dekel-Chen, Jonathan, ao veículo israelense, acrescentando estar “cautelosamente otimista” sobre a capacidade de Netanyahu de concordar com um acordo no futuro.
“Acho que o primeiro-ministro entende que não os olhos do mundo não estão apenas voltados para o Hamas agora, mas para ele também”, afirmou Jonathan.
Reunião entre Biden e Netanyahu
Mais cedo, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano revelou que o encontro interno entre Biden e Netanyahu, que durou cerca de uma hora e meia, teve o propósito de pressionar Tel Aviv a acelerar a assinatura do acordo de cessar-fogo para possibilitar a libertação de reféns.
“Precisamos fazer esse acordo passar da linha. Estamos trabalhando nisso há algum tempo. Tem sido uma negociação difícil. Fizemos progressos. Temos uma estrutura para um acordo feito. Agora precisamos superar as diferenças finais e chegar a um acordo para que todos possamos seguir em frente”, disse Matthew Miller em coletiva.
Segundo o The Times of Israel, durante a reunião, do lado de fora da Casa Branca, manifestantes pró-Palestina gritavam “prendam Netanyahu” ao instalarem uma efígie do premiê israelense vestindo um macacão laranja e com sangue nas mãos. No macacão, estava escrito “Procurado por crimes contra a humanidade”.
Momentos antes de entrar na reunião, o premiê agradeceu ao presidente norte-americano pelos “50 anos de apoio a Israel” diante da imprensa posicionada no Salão Oval, mas sem responder a nenhum dos questionamentos feitos pelos repórteres na hora dos fatos.
“De um orgulhoso judeu sionista a um orgulhoso irlandês-americano sionista, quero agradecer pelos 50 anos de serviço público e 50 anos de apoio ao Estado de Israel”, disse Netanyahu. “Estou ansioso para discutir com vocês hoje o que faremos nos próximos meses”.
Chegada de Netanyahu
Netanyahu chegou à Casa Branca no início da tarde desta quinta-feira, numa reunião marcada com o democrata há uma semana. É a primeira vez que os dois se encontram pessoalmente desde que Biden visitou Israel após o ataque de 7 de outubro de 2023.
O premiê contou com a companhia do ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer; do conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi; do embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Herzog; do chefe de gabinete do premiê, Tzachi Braverman; do secretário militar, Roman Gofman; e de seu conselheiro de política externa, Ophir Falk.
Já pelo lado de Biden, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken; o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan; o vice-conselheiro de Segurança Nacional, Jon Finer; o embaixador dos Estados Unidos em Israel, Jack Lew; o czar da Casa Branca no Oriente Médio, Brett McGurk; e o enviado especial da Casa Branca, Amos Hochstein.