Blinken critica resposta do Hamas e rechaça pedidos do grupo sobre plano de cessar-fogo

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, criticou nesta quarta-feira (12/06) a resposta do Hamas sobre o plano de cessar-fogo apoiado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) no início da semana, ao afirmar que algumas das alterações solicitadas pelo grupo palestino às autoridades mediadoras “não são viáveis”. 

O posicionamento do chefe de diplomacia dos Estados Unidos foi manifestado em Doha, durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani.

“O Hamas poderia ter respondido com uma única palavra: sim. Ao invés disso, esperou quase duas semanas e solicitou inúmeras mudanças”, criticou Blinken, acrescentando que mais pessoas “sofrerão” como consequência.

“Mas, nos próximos dias, vamos continuar pressionando urgentemente com nossos parceiros, com o Catar com o Egito, para tentar fechar este acordo. Porque sabemos que é do interesse de israelenses, palestinos, da região, enfim, do mundo inteiro”, acrescentou o norte-americano.

De acordo com a emissora catari Al Jazeera, embora Blinken afirme que as autoridades israelenses aceitaram o plano, “altos líderes, incluindo Netanyahu, disseram repetidamente que Israel não parará a guerra antes de derrotar o Hamas”, o que levanta questões sobre as perspectivas de um cessar-fogo duradouro.

Karim Jaafar/Getty Images
Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viaja ao Catar após resposta do grupo palestino Hamas sobre plano de cessar-fogo em Gaza

Soberania do Estado da Palestina

Durante a coletiva de imprensa, o primeiro-ministro do Catar destacou a necessidade de uma “solução permanente” para a guerra em Gaza – que já resulta na morte de mais de 37 mil palestinos, de acordo com os dados atuais divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza – rechaçando “medidas temporárias”.

A autoridade defendeu que uma “solução justa” levaria ao estabelecimento de um Estado palestino soberano baseado nas fronteiras de 1967, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.

Planos pós-guerra

De acordo com Blinken, o governo dos Estados Unidos divulgará planos para a gestão pós-guerra de Gaza “nas próximas semanas”. O secretário norte-americano afirma a necessidade de elaborar um planejamento para que, de fato, o conflito chegue a um fim duradouro.

“Nas próximas semanas, apresentaremos propostas para elementos-chave ‘do dia seguinte’. Planejamento que inclui ideias concretas sobre como gerenciar governança, segurança e reconstrução”, declarou Blinken durante a conferência.

No entanto, o jornal The Times of Israel lembra que o premiê israelense “Benjamin Netanyahu tem se irritado com os apelos por planejamento há meses, argumentando que eles são em grande parte inúteis enquanto o Hamas ainda estiver no poder”.