Brasil condena operação militar de Israel na Cisjordânia
Nota do Ministério das Relações Exteriores também pede a continuidade das atividades da UNRWA nos territórios ocupados
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu neste domingo (23/02) uma nota expressando “forte preocupação com a intensificação das operações militares israelenses” nos campos de refugiados localizados no Norte da Cisjordânia.
A nota destaca também a importância da manutenção das atividades da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) nessa área. Em outubro de 2024, o parlamento israelense aprovou uma lei que proíbe as operações dessa agência das Nações Unidas na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental. O início da vigência da lei, dia 30 de janeiro, coincide aproximadamente com a intensificação das ações militares de Israel na região.
A decisão de Israel foi condenada por inúmeros países que ressaltaram que essa lei viola o direito internacional e a Carta das Nações Unidas. Bélgica, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega, Eslovênia e Espanha firmaram uma declaração conjunta condenando a lei e pedindo a sua suspensão. Agora o Brasil se juntou a esses países.
A nota do ministério das Relações Exteriores brasileiro também lembra que a Corte Internacional de Justiça emitiu parecer considerando ilícita a presença israelense nos territórios ocupados e pedindo sua retirada.
Ao longo de décadas, tanto a Assembleia Geral das Nações Unidas quanto seu Conselho de Segurança condenaram repetidamente a presença israelense em territórios palestinos. A primeira resolução da ONU exigindo a retirada de Israel dos territórios ocupados é de 1967. Em 1979, outra resolução, a primeira de muitas, condena especificamente os assentamentos de colonos israelenses nos territórios ocupados. Esses assentamentos só cresceram desde então.

Comunicado do Itamaraty pede que Israel se abstenha de novas ações militares em territórios palestinos
Leia abaixo a íntegra da nota do Ministério das Relações Exteriores do Brasil:
Operações militares israelenses em campos de refugiados palestinos
O governo brasileiro expressa forte preocupação com a intensificação, nas últimas semanas, de operações militares israelenses nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Al-Shams, no Norte da Cisjordânia, e condena o recente emprego de tanques e a ocupação militar. Nesse contexto, deplora a remoção forçada de cerca de 40 mil moradores daqueles campos, em violação ao direito internacional e ao direito internacional humanitário
O Brasil sublinha, ademais, a importância de que a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Próximo (UNRWA) possa manter suas atividades nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Al-Shams, no Norte da Cisjordânia, em benefício da população refugiada.
Ao recordar o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que considerou ilícita a presença israelense no território palestino ocupado, o Brasil insta Israel a suspender completamente suas operações militares na Cisjordânia.
