Brasileiro em flotilha atacada diz que missão humanitária com destino a Gaza continua: ‘não vamos parar’
Thiago Ávila restabeleceu comunicação pelas redes sociais e atualizou situação da embarcação atingida por drones
Após horas incomunicável, o ativista brasileiro e defensor da causa palestina, Thiago Ávila, reapareceu em suas redes sociais na tarde desta sexta-feira (02/05), por onde, em vídeo, reforçou mais uma vez a importância da missão humanitária da Flotilha da Liberdade, atacada na costa de Malta por uma ofensiva de drones atribuída a Israel logo nas primeiras horas do dia.
Na recente publicação, o representante sul-americano disse que o projeto, que contou com uma delegação de 23 pessoas de 13 países diferentes com destino à Faixa de Gaza, teve como um de seus pilares transmitir para a comunidade internacional que “se o governo falhar, navegaremos em solidariedade ao povo palestino”. Há dois meses, o governo de Israel determinou o bloqueio de ajuda humanitária a mais de dois milhões de palestinos que residem em Gaza, impedindo a entrada de recursos básicos, como alimentos, água e suprimentos médicos no enclave.
“Durante 58 dias, nem um único saco de flores, nem uma única garrafa de água entrou em Gaza e as pessoas vivem sob fome, sob a inanição, nas piores circunstâncias”, denunciou Ávila.
No vídeo, ao apontar para a embarcação chamada Conscience, que integra a Flotilha da Liberdade e foi atingida pelos drones, o brasileiro que saiu ileso do ataque revelou que alguns membros da delegação já estavam a bordo.
“O Conscience demorou algumas horas para embarcar. Este foi um ataque avassalador em águas internacionais, e não podemos aceitar isso. Isso é terrível, terrível, terrível. É muito importante que compartilhemos o que está acontecendo aqui. Neste momento, temos a Guarda Costeira aqui. Temos a polícia”, detalhou.
A ação contra a Conscience lembra o ataque à flotilha em 2010, quando forças israelenses mataram pelo menos 10 ativistas no navio Mavi Marmara.
“Este é o barco número 36 da Flotilha da Liberdade desde 2008. Ele está navegando desde o início do cerco ilegal israelense a Gaza, há [quase] 18 anos. Gaza está sitiada há 18 anos, e sob bloqueio total há 58 dias. O povo vive sob ocupação militar desde 1967 e sofre genocídio e limpeza étnica desde 1947, 1948 e 1949. E é muito importante que coloquemos em evidência aqueles que estão causando todo esse mal”, pontuou Ávila.

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Apelo à mobilização internacional
Em diversos momentos de sua exposição, o ativista destacou a importância de compartilhar o incidente desta sexta-feira como forma para pressionar os governos e comunidade internacionais para mobilizar e pressionar contra o cerco do regime sionista.
“Sabemos que os governos falharam, então as pessoas devem fazê-lo. Devemos abrir o cordão humanitário das pessoas para Gaza. Devemos mostrar a elas que não vamos parar até que a Palestina seja livre. Este foi apenas um barco, um pequeno barco de vanguarda tentando enfrentar o regime mais horrível que temos na Terra neste momento”, afirmou.
“Peço que compartilhem esta mensagem e façam o mundo inteiro saber o quão horrível é o regime israelense, e que da mesma forma existem pessoas em todo o mundo em solidariedade ao povo palestino dispostas a fazer a diferença”.
Apesar da publicação, Opera Mundi apurou com fontes próximas ao projeto que os membros que integram a Flotilha da Liberdade “estão em uma situação de emergência com Malta no momento”, e que há dificuldades de rastrear Ávila.
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